Metrô não circula em BH e descumpre decisão judicial que determinou escala mínima

Malú Damázio
mdamazio@hojeemdia.com.br
15/03/2017 às 07:17.
Atualizado em 15/11/2021 às 13:45

Muitas pessoas que não estavam sabendo da paralisação dos metroviários na Grande BH tentaram utilizar o transporte público da capital na manhã desta quarta-feira (15). Os usuários mais desavisados foram até as estações e depararam com as grades fechadas.

Na Praça da Estação, onde fica a Central, algumas pessoas até tentaram descer as escadas e ver se era possível utilizar a entrada da rua Sapucaí, mas ficaram trancadas para o lado de fora.

A auxiliar administrativa Marina Madeira, de 22 anos, mora em Contagem e pega o metrô diariamente para trabalhar na capital. Mesmo se planejando para usar o ônibus nesta manhã, Marina não conseguiu chegar a tempo no serviço. "Fiquei sabendo da paralisação, resolvi vir de ônibus e estou 45 minutos atrasada", conta. 

O barbeiro Júnior Nunes, de 24 anos, foi pego de surpresa. Ele não estava sabendo da paralisação e dirigiu de Nova Lima até a capital para encontrar com um cliente na porta do metrô. "A pessoa que estou esperando mora em Ibirité e só tinha como vir de metrô. Não faço a menor ideia de como ela vai vir agora. Não sei o que fazer", diz. 

Punição

Apesar do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) ordenar que os trens funcionassem em uma escala mínima de 80%, a categoria descumpriu a determinação. O Sindicato dos Metroviários de Minas Gerais (Sindimetro-MG) já havia afirmado anteriormente que não cumpriria a decisão.

Segundo Romeu José Machado Neto, vice-presidente do Sindimetro-MG, a notificação do TRT chegou ao sindicato apenas às 19h desta terça-feira (14), o que impossibilitou a comunicação da anulação da greve aos trabalhadores.

“Não temos logística para interromper o movimento. Nós até tentamos, mas quem trabalha hoje (terça) à tarde não é quem pega serviço amanhã [quarta]. Eles já foram avisados que não teria expediente e não temos contato com todos”, explica Neto.

Agora, o sindicato está sujeito ao pagamento de multa de R$ 250 mil.

Ato

Em todo o país, trabalhadores estão indo às ruas para protestar contra as reformas previdenciária e trabalhista. Na Praça da Estação, local de partida do ato na capital mineira, alguns manifestantes e categorias sindicais já começaram a se concentrar por volta das 9 horas. Wesley Rodrigues/ Hoje em Dia / N/A

Protesto de professores na Praça da Estação contra a Reforma da Previdência

O protesto tem início marcado para as 10 horas. Os manifestantes caminharão da região central até a Assembleia Legislativa, onde haverá uma audiência pública sobre a reforma da previdência às 14 horas.

Saúde

A mobilização também envolve servidores da saúde: as Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) da capital funcionariam com somente 30% da capacidade, de acordo com o Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Belo Horizonte (Sindibel). 

A reportagem esteve na UPA Centro-Sul e constatou que apenas um médico, dos três que trabalham no turno da manhã, estava atendendo nesta quarta-feira. No entanto, segundo membros da administração da UPA, as outras atividades do centro de saúde estão ocorrendo normalmente e, com exceção dos médicos faltantes, o quadro de funcionários está completo.

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