Militantes em BH cobram justiça após assassinato de vereadora no Rio

Cinthya Oliveira
cioliveira@hojeemdia.com.br
15/03/2018 às 15:54.
Atualizado em 03/11/2021 às 01:53
 (Cinthya Oliveira)

(Cinthya Oliveira)

Mulheres líderes de movimentos sociais mineiros fizeram um ato na Casa do Jornalista, no Centro de Belo Horizonte, na tarde desta quinta-feira (15), para cobrar justiça no caso do assassinato de Marielle Franco, no Rio de Janeiro. A mensagem que elas quiseram passar é de que a execução da vereadora carioca não pode calar as vozes dos militantes. Pelo contrário, o caso mostra que a luta contra a repressão deve ser ainda maior.

Após o ato marcado por falas fortes e emocionadas, as mulheres foram até a Praça da Estação, onde acontece uma manifestação contrária à violência sofrida pela vereadora na noite de quarta-feira (14). 

Ex-secretaria de educação e militante Macaé Evaristo abriu as falas reforçando a importância de que as mulheres se manifestem publicamente em relação ao crime. "A gente sabe que Marielle foi morta por causa da pauta que apresentou, por ter denunciado o genocídio das pessoas negras, por ter se posicionado contra o patriarcado. Esperamos uma apuração, pois pessoas negras são assassinadas todos os dias e isso não acontece somente no Rio de Janeiro", afirmou.

A professora da UFMG Marlize Matos estava bastante emocionada ao tomar a palavra. "Sou eleitora no Rio. Votei em Marielle e vinha acompanhando seu trabalho. Além disso, estudo mulheres na política, e sei que ela foi morta por ser uma mulher na política. Quando a executaram, quiseram dizer que aquele não era um lugar de mulher ou de uma negra", afirmou a professora.

Maria Imaculada Marcelino, da Secretaria de Promoção das Igualdades Raciais, fez questão de dizer que a luta do povo negro não será abalada pela execução  da vereadora.  "Ela morreu porque fez denúncias. Mas não vão conseguir nos calar".

Integrante do coletivo Pretas em Movimento, Gilmara Souza lembrou que outras pessoas fazem parte da luta dos movimentos sociais, mas o crime foi direcionado a uma mulher negra. "Nós, pretas, vivemos por um triz diariamente". 

As mulheres presentes no ato decidiram se reunir novamente no dia 14 de abril para definir ações políticas que exijam o fim da violência contra as mulheres e o povo negro.


Veja um dos momentos do ato, quando Maria da Consolação fala sobre Marielle:

Veja também vídeo com a professora Marlize Matos, da UFMG, sobre a importância de Marielle: 

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