Nova visita

Mineração trará danos 'irreparáveis' ao ecossistema da Serra do Curral, afirmam técnicos

Leonardo Parrela
leoparrela@hojeemdia.com.br
27/05/2022 às 13:49.
Atualizado em 27/05/2022 às 14:02
Visita passou pelas proximidades do Pico BH e ambientalistas explicaram possíveis reflexos associados a mineração (Lucas Prates/Hoje Em Dia)

Visita passou pelas proximidades do Pico BH e ambientalistas explicaram possíveis reflexos associados a mineração (Lucas Prates/Hoje Em Dia)

A instalação de um complexo minerário na Serra do Curral, em BH, na visão de ambientalistas, pode trazer "danos irreparáveis" ao ecossistema local. Nesta sexta-feira (27), nova visita técnica foi realizada na região, a pedido a Assembleia Legislativa (ALMG), e contou também com a presença de parlamentares e ativistas.

De acordo com o presidente da Fundação de Parques Municipais e Zoobotânica de BH, Sérgio Augusto Domingues, que acompanhou a comitiva, a mineração provoca a destruição do corredor ecológico presente no local, o que implica na redução da biodiversidade específica da Serra do Curral. "Esse dano é irreversível, uma vez que as espécies afetadas são únicas da região", diz.

Já a ativista ambiental Jeanine Oliveira afirma que o local onde o empreendimento minerário deve ser instalado é um espaço de recarga hídrica. "Vai afetar o abastecimento de rios e localidades que dependem dessa recarga. São bairros de Belo Horizonte, o Rio das Velhas e vários pontos da região. Não é possível reaver esse abastecimento", explica.

Visitas

Esta é a segunda atividade realizada pela ALMG para analisar possíveis reflexos da mineração na Serra do Curral. A primeira visita foi em 9 de maio e também contou parlamentares, ambientalistas, moradores da região e representantes de movimentos sociais. Após a caminhada de hoje, um relatório será produzido e apresentado à Comissão de Administração Pública da Casa dentro dos próximos dias.

Licença ambiental

A Taquaril Mineração S.A. (Tamisa) recebeu licença para instalação de um complexo minerário na Serra do Curral no dia 4 de maio deste ano. A licença havia sido aprovada em 30 de abril pelo Conselho Estadual de Política Ambiental (Copam-MG). Desde então, ambientalistas, ativistas e diversos atores da sociedade civil têm se manifestado contra a liberação, alegando prejuízos no ecossistema da região e no Pico Belo Horizonte, cartão postal da capital.

Atualmente, na ALMG, há um pedido de CPI para investigar o processo que resultou no licenciamento. Ainda faltam duas assinaturas para que ela seja aberta.

Sobre a afirmação dos ambientalistas, a reportagem entrou em contato com a mineradora Tamisa e a Secretaria do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) e aguarda retorno.

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