Ministério do Trabalho suspende embargo da implosão de viaduto

Hoje em Dia
09/09/2014 às 18:04.
Atualizado em 18/11/2021 às 04:08
 (Flávio Tavares/Hoje em Dia)

(Flávio Tavares/Hoje em Dia)

Foi autorizada, nesta terça-feira (9), a demolição da alça norte do viaduto “Batalha dos Guararapes” pela Superintendência Regional do Trabalho e Emprego em Minas Gerais (STRE/MG) a ser realizada neste domingo (14). A informação foi confirmada pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). A STRE/MG havia embargado a implosão da estrutura, nessa sexta-feira (5),  amparada pelo Artigo 161 da Consolidação das Leis do Trabalho e da Norma Regulamentadora. A alça sul do viaduto desabou no dia 3 de julho, matando duas pessoas e ferindo outras 23.   Segundo a construtora Cowan, o MTE aceitou as adequações feitas em seu projeto para a demolição da estrutura e suspendeu o embargo durante uma reunião, na tarde desta terça-feira.  O chefe substituto da Seção de Segurança e Saúde do Trabalhador da STRE/MG, Mário Parreiras de Faria, explicou que o escoramento da alça norte não será mais retirado. "A construtora apresentou dois projetos de escoramento da alça. Será feito um reaperto do escoramento de forma a aliviar a carga sobre os pilares", afirmou.   De acordo com Faria, a Cowan garantiu ainda que irá manter profissionais de engenharia durante as atividades. "A empresa também disse que está fazendo monitoramento no local de 30 em 30 minutos e garantiram não ter tido movimentação. Eles (Cowan) garantiram também que o solo aguenta a pressão, pois será feito o confinamento para evitar que fragmentos se espalhem, o que fará que a carga suporte melhor o processo", explicou.    O embargo   Em seu antigo projeto, a Cowan havia mostrado que seria necessário retirar o escoramento feito no local após a queda da estrutura. Para a STRE/MG, a retirada do escoramento colocaria o trabalhador em risco, pois a estrutura poderia vir a ruir. Diante disso, a superintendência solicitou adequações no projeto da construtora, entre elas, a garatina da estabilidade do viaduto e da proteção do trabalhador durante a obra.    Nessa segunda-feira (8), a superintendência afirmou que a Cowan foi notificada pela fiscalização do trabalho em 14 de agosto. Conforme a notificação, a empresa deveria apresentar, até o último dia 28, informações sobre os procedimentos operacionais e de segurança ocupacional a serem adotados nas obras de demolição.    Na quinta-feira (4), a Cowan entregou um documento à SRTE/MG com o plano de trabalho prevendo a demolição da alça norte do viaduto em 11 etapas. Em nota enviada à imprensa, a STRE/MG justificou o embargo ao dizer que as informações prestadas pela construtora são “insatisfatórias” e “sem indicação de sequência temporal para execução e sem previsão de datas”.    A STRE/MG disse ainda que embargou a demolição porque o projeto apresentado pela Cowan deixa de esclarecer em que consistem os procedimentos envolvidos nas obras de implosão da estrutura. “Em especial, deixa de informar o que pretende fazer e em que se constitui a adequação de cimbramento ou a ‘retirada de torres'”, disse a superintendência.    A STRE/MG afirmou que, caso o carregamento de explosivos seja efetuado sem que o tabuleiro do viaduto esteja apoiado pelas peças de reescoramento, provocaria "reais riscos de colapso do bloco de fundação sob o pilar P5 da alça norte, seguido do desabamento do tabuleiro sobrejacente".      Entenda o caso   A Justiça já havia autorizado, nessa terça-feira (2), a implosão da alça norte do viaduto "Batalha dos Guararapes". No entanto, a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) terá que cumprir algumas condicionantes. Caso contrário, o trabalho será suspenso. A princípio, a implosão está marcada para acontecer no próximo dia 14. Contudo, conforme a Coordenadoria Municipal de Defesa Civil (Comdec), a data pode ser remarcada para o dia 21 caso seja necessário.   Conforme determinação do juiz Renato Dresch, até o dia 10 de setembro a prefeitura terá que apresentar o plano de remoção dos moradores. Já os imóveis que ainda não foram vistoriados, os que estão no perímetro crítico de 50 metros da alça, deverão ser avaliados pela Defesa Civil até dia 12.    A implosão ficará sob a responsabilidade da empresa carioca Fábio Bruno Construções, contratada pela Cowan, e está marcada para começar às 9 horas. Uma série de medidas de segurança serão adotadas para evitar acidentes.    Dados coletados in loco, como peso da estrutura, tamanho das vigas e até mesmo uma análise do solo foram lançadas em um software que já fez a simulação da implosão, contou Fábio Bruno Pinto, sócio da empresa. Ele diz que serão feitos furos nos três pilares que sustentam o viaduto e, nos buracos, serão colocados 125 quilos de explosivos.   "Três segundos é o tempo da implosão. Faremos uma espécie de vala nas duas extremidades do elevado para minimizar o impacto do tremor". Além disso, telas metálicas e uma manta geotextil serão colocados em volta dos pilares para evitar o lançamento de fragmentos.    Em um raio de 15 metros, será sentido um abalo de 17 milímetros/segundo, um impacto pequeno, segundo o especialista. Caso aconteça algum acidente, a empresa conta com um seguro que arcará com qualquer despesa. A retirada dos escombros, que também está sob a responsabilidade da Cowan, será feita entre os dias 14 e 21. A previsão da Prefeitura é que, após essa data, o trânsito na via volte a ser liberado.

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