O primeiro dia do retorno da obrigatoriedade do uso da máscara de proteção contra a Covid-19 em locais fechados de Belo Horizonte foi de “obediência” e incertezas. Ao menos até o fim de julho, os moradores da capital mineira deverão manter o acessório cobrindo boca e nariz nestes espaços.

Na manhã desta terça-feira (14), foi possível observar que grande parte dos frequentadores do Mercado Central respeitavam a orientação. Alguns foram flagrados usando a máscara incorretamente.

O pastor Renato Ribeiro, de 56 anos, disse que respeita o protocolo, mas que se não fosse o decreto não usaria. “Eu acredito que a máscara agora não mudaria muita coisa. Mas, por exemplo, para entrar aqui agora eu precisei usá-la para respeitar o ambiente. Mas se não houvesse a obrigatoriedade eu seguiria a vida sem o acessório”, explicou.

Em BH, a volta das máscaras acompanha o atual avanço e aumento de testes positivos para o coronavírus registrados na capital mineira. E o cenário, para o aposentado Roberto César, de 53 anos, que está na cidade a passeio, reforça a necessidade de proteção.

“Pelo o que está apresentando e pelos surtos de gripe e Covid que estamos tendo, acredito que é bom o uso para prevenir”, concluiu.

Alerta na saúde

Para quem trabalha na área da saúde e precisou enfrentar a linha de frente durante os dias mais duros da pandemia, deixar de lado a companheira dos últimos anos não foi nem ao menos uma opção. E é por isso que a enfermeira Sherli Luzia, de 53 anos, acredita que o uso não deveria nem ao menos ter sido suspenso.

“Agora nesse período de inverno temos muitas doenças nos hospitais. Trabalho com pediatria e observo que está aumentando muito o índice de Covid nas crianças. Então as pessoas estão esquecendo que a pandemia não acabou”, finalizou.

Decreto

O decreto, publicado hoje, vale para shoppings, lojas, teatros e todo ambiente que não é ao ar livre. “Os nossos protocolos, como colocado desde o início da pandemia, são revistos diariamente e alterados conforme os dados epidemiológicos, baseado em evidências científicas. Neste momento, entendemos que devemos voltar com a obrigatoriedade do uso de máscaras em lugares fechados”, afirmou a secretária municipal de Saúde, Cláudia Navarro durante coletiva ontem.

Segundo ela, o número de casos no município será levado em consideração novas diretrizes. "O decreto tem validade até 31 de julho, que nós acreditamos que seja quando teremos uma diminuição dos casos respiratórios. Mas todos os protocolos podem ser mudados", completou.