Um dos maiores legados que a Olimpíada do Rio de Janeiro pode deixar está além das modernas arenas e das medalhas históricas. A formação de uma cultura esportiva no país que sedia os jogos é uma das principais consequências do maior evento do mundo. O Brasil tem que aproveitar esse momento e atrair praticantes para as mais diversas modalidades e formar futuros campeões.
Esse efeito ocorreu com outras nações. A Coreia do Sul se tornou uma das principais potências esportivas após sediar os jogos de 1988. O mesmo modelo foi copiado pela Espanha, que recebeu o evento em 1992, e pela Austrália, sede em 2000. A Grã-Bretanha, que recebeu os jogos há quatro anos, já era uma potência, mas conseguiu ultrapassar a poderosa China no quadro de medalhas, feito muito comemorado pelos súditos da rainha.
Essas nações aproveitaram o momento para investir não em potenciais campeões, mas reforçaram os repasses para modalidades que geram muitas medalhas, como a natação e o atletismo.
Minas Gerais pode ser um dos locais em que mais pode ser beneficiadas pelo legado esportivo dos Jogos Olímpicos do Rio. O Centro de Treinamento de atletismo e natação da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) construído para receber os atletas britânicos durante a aclimatação ficará para a formação de atletas. Sem dúvida, é uma das melhores instalações disponíveis no Brasil, com a característica ainda de contar com todo o apoio total de uma universidade – modelo consagrado utilizado pela maior potência olímpica do mundo, os Estados Unidos.
Ao que tudo indica a UFMG se prepara para transformar o local em uma reveladora de talentos esportivos e ser um exemplo para o país. Para isso, é necessário que as aulas sejam acessíveis ao maior número de pessoas possível, não somente por meio das tradicionais “peneiras”, onde as avaliações são feitas em um dia somente. O centro de treinamento tem que estar constantemente com as portas abertas para quem sonha em ser um campeão olímpico.
Os casos dos medalhistas olímpicos Isaquias Queiroz e Maicon Andrade, anônimos há quatro anos, mostram que os talentos estão aí, em todo o lugar e precisam ser encontrados. Se não faltar apoio, podemos ter na UFMG uma fábrica de medalhistas olímpicos. Estamos com a faca e o queijo nas mãos.