Motorista que provocou tragédia com 13 mortos em Minas se defende: 'Não foi minha culpa!'

Christine Antonini
15/01/2018 às 20:31.
Atualizado em 03/11/2021 às 00:46
 (Márcia Vieira)

(Márcia Vieira)

O motorista do caminhão que provocou a tragédia que deixou 13 mortos e 39 pessoas feridas, na manhã desse sábado (13), na BR-251, em Grão Mogol, no Norte de Minas, disse nesta segunda-feira (15) que não foi o responsável pelo acidente. Apesar de ter sido ele a atingir dois ônibus, duas carretas e uma van, o motorista disse que isso aconteceu após uma das carretas envolvidas na colisão invadir a contramão e ele ser obrigado a desviar.

De acordo com Daniel Alves da Silva, que dirigia um caminhão carregado com outro veículo, ele estava dentro da velocidade permitida na rodovia e foi surpreendido pelo motorista da carreta circulando pela contramão. “Não foi minha culpa! Estava indo a cerca de 80 km/h quando uma carreta branca veio na contramão, tentei desviar, mas não consegui. Saí do cinto de segurança, tentei tirar meu amigo (que ainda estava vivo) que não usava o cinto, mas não consegui. Saí do caminhão arrastando pela estrada pedindo socorro”, relata o motorista. 

O passageiro que seguia viagem com Daniel era o dono do caminhão e vizinho, Adilson Molina Bordu. A carreta que, segundo o motorista, teria provocado o acidente, pegou fogo, matando um homem e a filha carbonizados. 

Há dez anos, Daniel trabalha como motorista de veículos pesados. Ele conta que saiu de Franca (cidade natal) e buscou em Recife o cavalo de uma carreta que seria transportado para cidade de Jardinópolis/SP. Desempregado, recebeu a quantia de R$ 200,00 para fazer a viagem de 35h. “Saí de Recife às 12h, paramos às 15h para descansar por três horas. Às 2h paramos para lanchar e ‘cortei direto’”, explica. 

A PRF ainda está investigando as possíveis causas do acidente. Daniel Alves da Silva permanece internado no hospital Universitário Clemente de Faria. Ele quebrou o braço, passou por cirurgia e, segundo a unidade de saúde, deve ser submetido a outro procedimento cirúrgico. “Já comuniquei minha esposa e a família do Adilson. Não tenho condições financeiras para trazer minha família, perdi tudo. Não tenho dinheiro nem para comprar um sabonete”, conclui.

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