Mulher que roubou bebê e matou grávida em Ponte Nova é indiciada por quatro crimes

Hoje em Dia
27/07/2015 às 19:49.
Atualizado em 17/11/2021 às 01:06
 (Polícia Civil/Divulgação)

(Polícia Civil/Divulgação)

A Polícia Civil detalhou nesta segunda-feira (27) o inquérito que indiciou a doméstica Gilmária Silva Patrocínio, de 33 anos, pelo assassinato da grávida Patrícia Xavier da Silva, de 21, e pelo roubo do bebê da vítima. Além do homicídio qualificado por motivo torpe, meio cruel e dissimulação, a acusada foi indiciada também por ocultação de cadáver; dar parto alheio como próprio; e subtração de incapaz. Se condenada a pena máxima, ela pode pegar até 45 anos de prisão.   O crime bárbaro aconteceu em 26 de junho, em Ponte Nova, região da Zona da Mata mineira. Os delegados responsáveis pelo caso, Iara Gomes e Silvério Rocha, reforçaram que Gilmária agiu sozinha. Eles garantiram ainda que no momento do parto forçado a mãe da criança ainda estava viva. Somente após o nascimento do bebê, Patrícia foi assassinada.   Para chegar as conclusões, os policiais analisaram imagens de vídeo e fizeram a simulação do crime usando dois bonecos utilizados no curso de medicina de uma faculdade da cidade para confirmar a versão de Gilmária, que agiu sozinha depois de ter simulado uma gravidez para enganar o marido.   A acusada está presa no Complexo Penitenciário de Ponte Nova. O bebê está sob a guarda dos avós maternos.    O crime   O sequestro do bebê e o assassinato da grávida aconteceu no dia 26 de junho depois que Patrícia, grávida de aproximadamente 9 meses, saiu de casa no bairro São Pedro, em Ponte Nova, e foi ao Hospital Nossa Senhora das Dores para uma consulta de rotina. A partir daí ela não foi mais vista.    Após ser notificada sobre o desaparecimento, a polícia analisou imagens de circuito de segurança do hospital e de uma farmácia próxima, que registraram Patrícia entrando e saindo da unidade de saúde e seguindo em direção à praça central da cidade.   Os investigadores reconstituiram os passos da mulher e identificaram, junto à empresa responsável pelo transporte coletivo da cidade, que Patrícia utilizou o cartão de vale-transporte do companheiro, ao entrar em um ônibus em direção ao bairro Vale Verde. Testemunhas informaram à polícia que viram a grávida em companhia de uma mulher baixa, obesa e de cabelos crespos, indo em direção à Fazenda da Estiva.   No mesmo dia, foi noticiado que Gilmária havia tido um parto natural em casa, sendo socorrida pelo Corpo de Bombeiros, que encaminharam a mãe e a criança ao hospital. Ela ficou internada por dois dias. A criança foi registrada com o nome de João Vítor Patrocínio da Silva.    No dia 30 de junho, uma equipe do Corpo de Bombeiros localizou o corpo de Patrícia em uma construção abandonada entre o bairro Vale Verde e a Fazenda Estiva. O corpo estava sob uma caixa d’água, com as mãos e pés amarrados, a boca amordaçada, uma lesão no pescoço e uma incisão no abdômen semelhante a uma cirurgia cesariana, sem a criança.    Após o descobrimento do corpo, Gilmária deu entrada novamente no hospital, em decorrência de uma crise de hipertensão.  Ao passar por exames, a equipe médica constatou que ela não apresentava sinais de gravidez recente. De imediato, a criança foi retirada da guarda de Gilmária e do esposo, ficando sob responsabilidade do Conselho Tutelar.   Na delegacia, a doméstica fez relatos contraditórios. Como todas as versões apresentadas por ela foram checadas e não se confirmaram, momento que confessou os crimes, alegando que simulou a gravidez para o marido, que atraiu Patrícia com a promessa de doar enxoval para o bebê e, então, pode executá-la.   O delegado já solicitou à Justiça a soltura de um homem investigado como suspeito de envolvimento no caso. Herli Custódio Marçal, de 48 anos, não teve participação nos crimes e deverá ser liberado pela Justiça nos próximos dias. 

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