Alimentação, vestuário e lazer

Na bronca com possível aumento na tarifa dos ônibus, passageiros já falam em cortar gastos

Raíssa Oliveira
raoliveira@hojeemdia.com.br
31/03/2023 às 10:11.
Atualizado em 31/03/2023 às 11:06
A podóloga Lucilene Cristina, de 44, lembra que a diferença na tarifa é pode chegar a quase R$ 5 reais. (Raíssa Oliveira / Hoje em Dia)

A podóloga Lucilene Cristina, de 44, lembra que a diferença na tarifa é pode chegar a quase R$ 5 reais. (Raíssa Oliveira / Hoje em Dia)

Possíveis cortes nos gastos com vestuário, lazer e até alimentação. O temor de aperto financeiro ronda os usuários do transporte público de Belo Horizonte diante da solicitação das empresas para reajustar a tarifa em 53%. A passagem passaria dos atuais R$ 4,50 para R$ 6,90. A demanda das concessionárias é analisada pela prefeitura. O prefeito Fuad Noman (PSD) afirmou que vai tomar medidas para manter o preço atual.

O pedido das concessionárias pegou os passageiros de surpresa. Quem precisa dos coletivos para se locomover ficou na bronca. Caso da faxineira Liene Cesário, de 45 anos. Para ela, a situação que já estava difícil vai piorar. "Faz muita diferença, mexe muito com o orçamento da gente. Se aumentar, vou ter que deixar de ir a alguns lugares, deixar de comprar algumas coisas no supermercado", lamenta.

A podóloga Lucilene Cristina, de 44, lembra que, se o reajuste for aprovado, a diferença será de quase R$ 5 reais por dia. "Com o salário que a gente ganha fica difícil. Vai atrapalhar, inclusive, o sustento da casa. Vou ter que deixar de comer fora. A gente tem que mudar de alguma forma", afirma. 

Há ainda quem se preocupa até em perder o emprego. A recepcionista Jessica Talita, de 29, avalia que algumas empresas já pesam o valor gasto com o transporte na hora de contratar novos funcionários.

"Não só na vida do trabalhador, mas impacta nas empresas. Acho que vão ter empresas que vão diminuir o número de funcionários. Eu sou mãe solo e qualquer dinheiro descontado já faz muita diferença. A inflação só está subindo. Com a passagem, a gente vai estar pagando para trabalhar", pontua. 
 
Opinião semelhante tem a dona de casa Edna Aparecida, de 41. "Muita gente pode ficar sem emprego. Algumas empresas já diminuíram o número de trabalhadores por conta da passagem. Eles olham onde você mora. Quem mora longe vai ter mais dificuldade para conseguir trabalho", lamenta. 

Edna Aparecida, de 41, aponta aumento do desemprego, em caso de aumento da tarifa. (Raíssa Oliveira / Hoje em Dia)

Edna Aparecida, de 41, aponta aumento do desemprego, em caso de aumento da tarifa. (Raíssa Oliveira / Hoje em Dia)

Fim do subsídio 

O pedido de aumento da passagem enviado pelo Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Belo Horizonte (Setra-BH) tem em vista o fim do pagamento do subsídio, que possibilitou o congelamento do preço. Ao todo, as empresas do transporte convencional receberam R$ 226,6 milhões e as do transporte suplementar, R$ 11 milhões. 

Segundo as concessionárias, com a aplicação deste cálculo, as passagens teriam os seguintes reajustes:

  • Convencional (ônibus azul): de R$ 4,50 para R$ 6,90
  • Circular (ônibus amarelo) e linhas alimentadoras: de R$ 3,15 para R$ 4,90
  • Micro-ônibus de vilas e favelas: de R$ 1 para R$ 1,55

A PBH disse que o aumento das passagens precisa ser autorizado pela Superintendência de Mobilidade do Município de Belo Horizonte (Sumob) antes de ser implementado, e garantiu que não há previsão para o aumento.

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