Na bronca

'Ônibus mal consegue subir morro', diz passageira ao questionar aumento da passagem em BH

Pouca oferta de horários e a baixa qualidade dos veículos são questionadas quando comparadas com o valor do serviço

Pedro Santos*
pedro.sousa
29/12/2023 às 11:06.
Atualizado em 29/12/2023 às 11:23
 (Valéria Marques/Hoje em Dia)

(Valéria Marques/Hoje em Dia)

Moradores de Belo Horizonte estão na bronca após o reajuste de R$ 4,50 para R$ 5,25 da tarifa do transporte coletivo entrar em vigor nesta sexta-feira (29). A pouca oferta de horários e a baixa qualidade dos veículos foram os principais questionamentos dos usuários. O aumento chegou a ser suspenso após decisão liminar na noite de quinta-feira (28), mas foi autorizado horas depois, em outra decisão do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG).

A microempreendedora Aline Cristine, de 35 anos, está indignada com o aumento. Ela conta que por várias vezes, já teve que descer do ônibus no bairro em que mora, pois o veículo “não tinha força para subir um morro". Aline conta ainda que o aumento inviabilizou o deslocamento dela com as filhas.

“Para mim, que sou trabalhadora informal, vai dificultar bastante. Se eu vier ao centro com as minhas duas filhas, não vai ser vantajoso usar ônibus. Hoje mesmo eu deveria ter trazido elas, mas vim sozinha. Sem falar que o serviço prestado não é o ideal. Já peguei ônibus que mal subia o morro”, relatou.

Já a jornalista Tatiane Ferreira, 25, conta que usa o transporte público principalmente para trabalhar. Ela reclama que o valor cobrado é desproporcional e injusto. “A população não está tendo retorno. Principalmente no sentido da qualidade dos ônibus e do tempo de espera, às vezes você aguarda um tempo alto e o ônibus já chega cheio. Já vi os carros terem problemas mecânicos várias vezes. Então, acho que o reajuste é desproporcional em relação ao que está sendo oferecido”, afirma.

A reportagem procurou a PBH e o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de BH (SetraBH) e aguarda retornos sobre as reclamações dos passageiros. 

Câmara de BH

A Câmara Municipal de Belo Horizonte, na quinta (29), detalhou o projeto de resolução que poderia derrubar o reajuste de 16% nas passagens. A medida só entraria em vigor em fevereiro. A proposta foi assinada por 14 dos 41 vereadores e será protocolada nesta sexta, último dia antes do recesso de fim de ano da Câmara Municipal. 

Os parlamentares têm até 7 de fevereiro para apresentar propostas de emenda e até o dia 12, do mesmo mês, para escolher os membros da comissão especial - que tem 15 dias para emitir um parecer, prazo prorrogável por mais 15 dias. Na sequência, o projeto é votado em dois turnos. São necessários 21 votos. O projeto de resolução é promulgado pela mesa diretora, ou seja, não passa por sanção do prefeito de BH.

Metropolitano

Assim como as passagens do transporte coletivo da capital, as tarifas do sistema da região Metropolitana da capital, que atende aos 34 municípios da RMBH, também foram reajustadas a partir de hoje. O valor vai passar de R$ 7,20 para R$ 7,70

De acordo com o Governo de Minas, o aumento está previsto em contrato, que determina a revisão anual dos valores.  A Secretaria de Estado de Infraestrutura, Mobilidade e Parcerias (Seinfra) recebeu das empresas que operam o sistema o pedido de reajuste de 29,13%. No entanto, o aumento autorizado foi de 7,15%.  

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