Saúde

Operação 'fumacê' combate o mosquito Aedes aegypti na região de Venda Nova

A orientação é que os moradores das residências deixem o local por cerca de 30 minutos.

Gledson Leão*
portal@hojeemdia.com.br
05/03/2024 às 09:41.
Atualizado em 05/03/2024 às 10:29
Agentes aplicam o 'fumacê' nos imóveis do bairro Minas Caixa, em Venda Nova (Valéria Marques/Hoje em Dia)

Agentes aplicam o 'fumacê' nos imóveis do bairro Minas Caixa, em Venda Nova (Valéria Marques/Hoje em Dia)

Agentes de Combate a Endemias (ACEs) da Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte desencadearam, nesta terça-feira (5), uma operação em combate ao mosquito Aedes Aegypti, transmissor da dengue, zika e chikungunya, no bairro Minas Caixa, na região de Venda Nova. 

No trabalho, que teve início da rua Edgard Torres, está sendo utilizado o Ultra Bate Volume (UBV), produto químico eficaz no combate ao foco do mosquito transmissor da dengue, zika e chicungunya, também conhecido como "fumacê".

De acordo com Eduardo Viana, Diretor de Zoonoses da Prefeitura de BH, o método do UBV Costal substituiu o antigo carro do fumacê, e é considerado mais eficaz e efetivo, com o produto sendo aplicado diretamente nas áreas de maior ocorrência e transmissão da doença, como quintais e lotes vagos.

"A utilização do veículo como era feito, acaba se distanciando em alguns casos, não alcançando os mosquitos adultos, por exemplo. A gente tem aqui um sobrado e se vier aqui da rua, acaba sendo bloqueado e não chega até a parte de trás dos imóveis. Quando as equipes estão usando os equipamentos portáteis, eles podem entrar dentro da casa e percorrer também toda a outra área do imóvel e assim a se garante que o maior número possível de mosquitos entrarão em contato com a inseticida e vão acabar mortos", explicou o secretário. 

Segundo ele, a recomendação é que os moradores fiquem fora de casa enquanto se aplica o produto. "A aplicação do produto é muito rápida e não tem efeito residual. O risco de intoxicação também é muito mais baixo que as outras técnicas utilizadas. Então, o que a gente pede é que a população fique 30 minutos fora de casa até que essa nuvem de inseticida baixar, e ela perde o efeito. As equipes usam os equipamentos de proteção individual porque usam durante várias horas o inseticida", detalhou.

O representante do executivo municipal disse ainda que as ações estão sendo intensificadas. "A partir do momento que há uma uma tendência elevação de casos as ações de bloqueio também se elevam na mesma medida pra gente interromper esse ciclo de transmissão. Então em todas as regionais tem acontecido as ações. Atualmente nós já realizamos a ação em mais de 500 quarteirões com aproximadamente 30 mil Imóveis.

Colaboração

Enquanto os agentes trabalham, população colobora para facilitar a chegada as locais da casa. "Assim que chegaram já abri as portas, peguei meu cachorro e fomos para a rua. Foi bem rapidinho", conta Raniele de Souza, de 24 anos. Segundo ela, a região tem registrado vários casos de dengue. "Aqui tá lotado, mandando todo mundo para o posto de saúde com dengue. Eu mesmo tive", disse a jovem. 

Já a aposentada Terezinha Maria Lima, 63, lembra que os trabalhos para combater o mosquito da dengue devem continuar após o fumacê. "A gente tem que cuidar das nossas casas. Não só eu, todos nós, pois se um vizinho descuidar, pode deixar alguém muito doente", enfatizou. 

Aplicação

De acordo com a PBH, a aplicação do inseticida é indicada para combater o mosquito já na fase adulta, ou seja, no período em que a fêmea do Aedes Aegypti transmite a doença. O inseticida utilizado no UBV. Ao invés de utilizar veículos para a dispersão do produto, os agentes são equipados com bombas costais motorizadas e aplicam o inseticida de forma direcionada em pontos específicos das moradias, como garagens e quintais. Isso favorece o uso mais eficaz do produto, já que de acordo com o último Levantamento Rápido de Índices para o Aedes aegypti (LIRAa), quase 87% dos focos do mosquito estão nas casas.

As atividades são planejadas e definidas conforme avaliação técnica de cada território, considerando os aspectos epidemiológicos (ocorrência de casos humanos), entomológicos (densidade vetorial do Aedes aegypti) e operacionais de cada área analisada. Nos dias que antecedem a ação, os ACE percorrem a área onde haverá aplicação do UBV para informar os moradores sobre os cuidados que devem ser tomados, como tampar alimentos e manter portas e janelas dos imóveis abertas. 

*Com Valéria Marques

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