O Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) deu parecer contrário à destruição de um muro dentro da antiga comunidade de Bento Rodrigues, que foi arrasada pela lama que vazou da barragem de Fundão, em Mariana, região Central de Minas, em novembro do ano passado.
A supressão seria necessária, segundo a mineradora Samarco, para a construção de um dique para a contenção da lama que ainda está no vilarejo e nas margens do rio.

Segundo o Iphan, o muro faz parte do complexo da igreja de São Bento, que é tombada pelo partrimônio histórico. O ofício, também encaminhado ao Promotor de Defesa do Patrimônio Cultural e Turístico de Minas Gerais, Marcos Paulo Miranda, ressalta que é fundamental que a comunidade de Bento Rodrigues seja respeitada em seu direito à memória e lembra que o Conselho Municipal de Patrimônio Cultural de Mariana deliberou pelo tombamento provisório do Distrito de Bento Rodrigues.

"Temos certeza que alternativas de engenharia, já que V.Sas afirma que não existem alternativas locacionais, poderão ser acionadas para a solução do problema", diz no despacho, a superintendente do Iphan em Minas, Célia Marina Corsino, em resposta ao pedido da mineradora.

Agora, o parecer segue para o Ministério Público para que o órgão avalie as medidas necessárias.

Sobre o parecer, a Samarco informou que não teve acesso ao conteúdo do documento do Iphan, mas reforça a importância e a urgência da construção do dique S4, para minimizar o risco de carreamento de rejeitos depositados em Bento Rodrigues para os rios Gualaxo e Doce, no próximo período chuvoso. Ainda de acordo com a empresa, a igreja e o cemitério próximo ao santuário não seriam afetados pelo dique.

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