Primeiro dia útil

Passagem reduz a R$ 4,50, mas reclamações com as condições dos ônibus e do serviço continuam

Raquel Gontijo
raquel.maria@hojeemdia.com.br
10/07/2023 às 10:40.
Atualizado em 10/07/2023 às 11:07
 (Valéria Marques / Hoje em Dia)

(Valéria Marques / Hoje em Dia)

No primeiro dia útil após a redução do preço da passagem de ônibus para R$ 4,50 em Belo Horizonte, a insatisfação de quem depende do transporte público continuou nesta segunda-feira (10). Além das más condições dos veículos, usuários ainda reclamaram da falta de segurança, atrasos nas viagens, veículos cheios, entre outras lamentações. 

Uma das contrapartidas para a redução da tarifa na capital é o repasse de R$ 512 milhões às empresas de ônibus. Usuários salientaram que o sistema de transporte na capial necessita de melhorias. A técnica de enfermagem Luciene da Rocha, de 42 anos, é de Sarzedo, na região metropolitana, e trabalha em BH, e contou que viajou em um ônibus em que a roleta estava travada. "A passagem é muito cara e as condições dos ônibus são péssimas. A roleta estragada e o motorista pediu a substituição do veículo por outro, mas o ônibus que chegou ao local não fechava a portas", disse a profissional da saúde.

A assistente de marketing Bárbara Kelly, 23, pega dois ônibus para ir e voltar do trabalho, e denunciou os atrasos como o principal vilão. "Se o coletivo atrasa, mais pessoas nos pontos, mais lotação nos veículos. E isso é constante. Tem que melhorar o serviço. As empresas reduziram a passagem, mas vão receber mais. Precisam investir no transporte. Pra mim isso é muito cansativo”, reforçou.

Todos os dias, a estudante Sara Oliveira, 19, sai de Contagem para Belo Horizonte, onde trabalha como jovem aprendiz. Ela já apontou para a falta de segurança para os passageiros. “Não tem agente de bordo, muitas pessoas pulam a roleta, e o passageiro de bem corre risco de ser assalto. É um descaso com a população”, lembra a estudante.

Melhorias

De acordo com a prefeitura de BH, já nesta segunda-feira (10), 185 viagens foram acrescidas em 62 linhas, conforme o novo acordo com as empresas de ônibus. Em algumas linhas, o aumento pode chegar a 22 novos deslocamentos, especialmente nos horários de pico da manhã e tarde, segundo a prefeitura. 

Até o final deste ano, as empresas terão que fazer um incremento de 10% nas viagens, saltando das atuais 21.700 para 23.870. Haverá ainda mais alterações em linhas e mudanças em quadro de horários, itinerário ou criação de novas linhas. Além disso, 420 novos veículos serão inseridos na frota até o final do ano.

O Hoje em Dia entrou em contato com o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Belo Horizonte (Setra-BH) questionando as lamentações dos usuários e aguarda retorno.

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