Venda Nova

Passeata em defesa das crianças e homenagem a Bárbara Victória reúne dezenas de pessoas em BH

Raquel Gontijo
raquel.maria@hojeemdia.com.br
26/08/2022 às 10:44.
Atualizado em 26/08/2022 às 12:28

“Eu quero um mundo seguro, que não aconteça mais isso, essa tragédia, com nenhuma criança, com ninguém”. Esse é o desabafo de Rian Henrique, de 15 anos, irmão da Bárbara Victoria, menina de 11 anos que foi estuprada e morta de forma brutal em Ribeirão das Neves, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, no último mês.

Na manhã desta sexta-feira (26), dezenas de manifestantes saíram pelas ruas do bairro Mantiqueira, onde Bárbara morava, na região de Venda Nova, em Belo Horizonte, em defesa da proteção de crianças e adolescentes.

Os manifestantes carregavam faixas e cartazes protestando contra qualquer tipo de abuso ou violência às crianças e adolescentes, e reforçando o direito à vida e à liberdade dos menores. 

Rian Henrique, irmão da Bárbara Victoria (Valéria Marques / Hoje em Dia)

Rian Henrique, irmão da Bárbara Victoria (Valéria Marques / Hoje em Dia)


Para Claudia Mendes, professora de Língua Portuguesa da Escola Municipal Armando Ziller, onde Bárbara e o irmão estudaram, manifestações deste tipo são fundamentais em  comunidades carentes. Segundo a professora, nestes lugares, a proteção da infância e da adolescência é uma questão que deve ser discutida, pois na periferia isso “estoura” de uma forma muito agressiva e violenta.

“Onde você tem menos a presença do Estado ou onde a distribuição de renda é mais desigual, é onde a violência também explode de uma maneira mais visível para a sociedade”.

Na avaliação da professora, a passeata é uma forma de mostrar para a sociedade que todas as crianças, por lei, têm direito à vida e à infância preservadas.

“Então é não ao abuso sexual, não ao trabalho infantil, não a tudo que fira o direito da criança de ser criança. Somos todos responsáveis por cuidar de quem ainda não pode se cuidar”, concluiu a professora. 

Durante a passeata um carro de som acompanhou a manifestação pacífica, instruindo e conscientizando os moradores do bairro sobre a definição legal destes conceitos e condutas de enfrentamento à violência contra crianças e adolescentes.

(Valéria Marques / Hoje em Dia)

(Valéria Marques / Hoje em Dia)

Evanilde Santos Albino, coordenadora do Centro de Referência Especializada de Assistência Social (Creas) de Venda Nova, que organizou o movimento, acredita que a passeata é importante para dar visibilidade à questão da violência contra crianças e adolescentes.

“Há um tempo a gente já vem fazendo essas campanhas, agora provocada pela perda de uma criança de forma brutal. Isso tem que parar. Temos que denunciar, para que isso chegue nos lugares que defendem as crianças, conselhos tutelares, promotorias e delegacias”, alertou.

A Irmã Joana Paula, da congregação Irmãs Teresitas, participou do movimento e destacou a importância do ato. 

“Esta causa é uma causa nossa também, pois quando se fala de direito da criança e do adolescente nós temos que ir à luta, temos que arregaçar as mangas ir pra rua e gritar que eles têm direito a vida”, alertou.

O canal de denúncia contra violações de direitos humanos relacionadas a crianças e adolescentes é o disque 100. A denúncia é anônima e pode ser feita por qualquer pessoa.

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