Transporte Coletivo

PBH garante cumprimento de horários de ônibus, mas usuários ainda criticam atrasos nesta quarta

Lucas Sanches
@sanches_07
16/03/2022 às 13:03.
Atualizado em 16/03/2022 às 13:12

Mesmo sem alterações anunciadas, usuários do transporte coletivo em BH ainda reclamam do desrespeito aos horários dos ônibus na manhã desta quarta (16), com tempo de espera que, segundo eles, pode passar dos 30 minutos.

O quadro de horários das linhas de ônibus em Belo Horizonte está seguindo o esquema normal, segundo o prefeito da capital, Alexandre Kalil (PSD). Em meio aos riscos provocados pelo aumento do combustível no país, o prefeito confirmou que ainda não haverá mudanças no transporte após reunião com o Sindicato de Empresas de Transporte de Passageiros (Setra-BH) nessa terça-feira (15). Para hoje, está marcada uma reunião entre empresários de ônibus, na sede do Setra, para discutir o assunto.

Atrasos

A microempreendedora Márcia da Costa, de 38 anos, mora em Vespasiano, na Grande BH, mas trabalha diariamente na região Leste da capital. Ela precisa pegar dois ônibus antes de começar as atividades, e conta que sofre com atrasos em ambas as linhas.

Empreendedora lamenta possíveis percas no trabalho por conta de atrasos nos ônibus (Valéria Marques/Hoje em Dia)

Empreendedora lamenta possíveis percas no trabalho por conta de atrasos nos ônibus (Valéria Marques/Hoje em Dia)

"O tempo de espera não costuma passar de dez minutos, mas hoje mesmo, foi mais de meia hora para o ônibus passar. Quando isso acontece, a gente pode perder clientes, atrasar entregas, e todo o dia de trabalho pode ficar prejudicado", lamenta. Márcia ainda pontua que as linhas quase sempre estão lotadas, e prefere esperar outro ônibus para não ter que encarar grandes aglomerações na volta para casa.

Situação parecida acontece com a Rita de Cássia Torres, moradora de Contagem, também na Região Metropolitana. Atualmente desempregada, ela precisa levar a filha de 8 anos, que tem autismo, para consultas em BH duas vezes por semana. Sem saber que horas o ônibus vai passar, ela se atrasou também nesta quarta, e ficou preocupada com as possíveis consequências para o tratamento da garota.

"A espera, que não passa de dez minutos, foi de mais de meia hora hoje. Eu fico preocupada com o estresse que isso pode causar à minha filha no ponto, e também os prejuízos pelo atraso na consulta. É uma situação imprevisível, mas que acontece com frequência", desabafa.

Duas vezes por semana, Rita leva a filha para consultas em BH e sempre relata dificuldades com descumprimento de horário nos ônibus (Valéria Marques/Hoje em Dia)

Duas vezes por semana, Rita leva a filha para consultas em BH e sempre relata dificuldades com descumprimento de horário nos ônibus (Valéria Marques/Hoje em Dia)

Rita explica que a volta para casa após a consulta foi "na base da sorte" nesta quarta, porque o coletivo passou assim que ela e a filha chegaram ao ponto. Se não fosse por isso, ela não saberia a hora que chegaria em casa.

"A gente não consegue saber os horários ao certo, e ainda tem o risco de enfrentar o trânsito pesado. Todo dia de consulta é a mesma coisa, a tensão começa logo no ponto, e tudo acontece de novo na hora de voltar", pontua.

Nas declarações após a reunião nessa terça, o prefeito Alexandre Kalil afirmou que "não haveria operação de guerra em BH", e que as conversas com o Setra seriam mantidas para não prejudicar o transporte coletivo. O sindicato afirmou que o quadro de horários segue normal na cidade, mas alertou que a situação é delicada. 

"Da mesma forma como lá atrás, a gente já viu, em um passado recente, três empresas parando, não podemos garantir que não vai ter nenhuma empresa parando", explicou o presidente da entidade, Raul Lycurgo Leite.

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