Consumidor

Planos de saúde individuais e familiares devem ter aumento de 15,5%

Raíssa Oliveira
raoliveira@hojeemdia.com.br
26/05/2022 às 17:34.
Atualizado em 26/05/2022 às 19:29

Os planos de saúde individuais e familiares ficarão até 15,5% mais caros no Brasil. O reajuste foi anunciado pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) nesta quinta-feira (26). Os novos valores serão corrigidos para seguros assistenciais contratados a partir de janeiro de 1999 ou adaptados à Lei nº 9.656/98.

Esse é o maior percentual de aumento anual aprovado pela ANS desde 2000, ano de início da série histórica. Até então, o maior reajuste autorizado tinha sido de 13,57%, em 2016. Em 2021, foi anunciado pela primeira vez um reajuste negativo (-8,19%), que resultou em uma redução das mensalidades no período de maio de 2021 a abril de 2022. (veja os reajustes por ano abaixo).

O anúncio é superior à inflação acumulada dos últimos 12 meses, medida pelo índice IPCA, do Banco Central, que chega a 12,13%. O aumento vai atingir contratos de cerca de oito milhões de beneficiários, o que representa 16,3% dos consumidores de planos de saúde no Brasil.

O reajuste é válido de maio de 2022 a abril de 2023 e só poderá ser aplicado no mês de aniversário do contrato – data em que foi assinado.

De acordo com a ANS, o aumento foi analisado pelo Ministério da Economia e aprovado em reunião de diretoria colegiada nessa quarta-feira (25). A decisão ainda vai ser publicada no Diário Oficial da União.

O aumento, segundo a agência reguladora, foi motivado pelo acréscimo nos gastos assistenciais dos planos individuais no ano passado, em comparação a 2020, principalmente nos custos dos serviços.

Para chegar ao percentual de 2022, a ANS explica que utilizou a metodologia de cálculo que vem sendo usada desde 2019. O formato "combina a variação das despesas assistenciais com o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) descontado o subitem plano de saúde'.

Ainda conforme a agência, o aumento de 2022 "resulta da variação das despesas assistenciais ocorridas em 2021 em comparação com as despesas assistenciais de 2020".

Em nota, a Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde), que reúne 15 operadoras, justificou que o reajuste reflete a alta de custos em 2021. Segundo a organização, houve um crescimento de 24% nas despesas assistenciais das operadoras e a sinistralidade dos planos de saúde (usos para qualquer tipo de procedimento) chegou a 86,2%.

"Na prática, a cada R$ 100 de receita dos planos de saúde no ano passado, cerca de R$ 86 foram repassados pelas operadoras aos prestadores de serviços de saúde para pagar despesas com hospitais, médicos, clínicas e laboratórios, entre outros", diz a nota da FenaSaúde.

A federação explica ainda que tratamentos de Covid longa e a incorporação de novas coberturas obrigatórias nos planos de saúde, como medicamentos e procedimentos, também impactaram diretamente no reajuste.

"Além disso, o Brasil enfrenta a maior inflação geral em 19 anos, o que afeta diversos setores de atividade econômica, incluindo o mercado de planos de saúde", afirma a nota da FenaSaúde.

Índice de reajuste anual autorizado para planos de saúde individuais ou familiares (Fonte: ANS)

Índice de reajuste anual autorizado para planos de saúde individuais ou familiares (Fonte: ANS)

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