Polícia Civil permite que delegado seja ouvido em audiência pública

Thaís Mota - Hoje em Dia
05/06/2013 às 18:52.
Atualizado em 20/11/2021 às 18:52

Na tarde desta quarta-feira (5), a Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) recebeu um ofício do corregedor-geral da Polícia Civil, Renato Patrício Teixeira, permitindo a participação do delegado Geraldo Amaral Toledo Neto em uma audiência pública na próxima segunda-feira (10), às 14 horas.    Segundo o presidente da Comissão, deputado Durval Ãngelo, o corregedor informou inclusive que já providencidou a escolta policial para levar o delegado até a Assembleia. Além disso, o parlamentar criticou a conduta da juíza da comarca de Ouro Preto, Lúcia de Fátima Magalhães, que indeferiu o pedido da comissão e impediu que Geraldo Toledo fosse ouvido em audiência pública em outra ocasião. "A forma como a juíza agiu foi totalmente incorreta. Ela está com apenas um processo do delegado, mas ele responde a 12 inquéritos", afirmou.    A decisão da Polícia Civil veio depois que a Corregedoria Geral de Justiça de Minas Gerais se eximiu de julgar o pedido de parlamentares. Conforme o corregedor, Luiz Audbert de Lage Filho, como não se trata de uma audiência judicial caberia à Polícia Civil decidir se o delegado poderia ou não participar da reunião junto à comissão.    Entretanto, o requerimento para que Geraldo Toledo comparessesse à Assembleia já havia sido negado pela juíza da comarca de Ouro Preto. Em seus argumentos, a magistrada alegou que "o fato em apuração não se amolda à competência da Comissão de Direitos Humandos" e indeferiu a participação do delegado na audiência.    Conforme a assessoria de comunicação do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), outros dois pedidos foram encaminhados para a Corregedoria. Entretanto, nas duas ocasiões o posicionamento do órgão foi de que a decisão não é da Justiça, uma vez que o delegado está sob custódia da Polícia Civil. Além disso, a decisão da juíza Lúcia de Fátima só poderia ser reformada em caso de recurso junto à segunda instância. A Corregedoria de Justiça não tem poder para modificar uma sentença de primeira instância.   Entenda o caso   O delegado Geraldo Toledo é o principal suspeito de ter atirado na cabeça da namorada Amanda Linhares, de 16 anos, no dia 14 de abril, em Ouro Preto, na região Central de Minas Gerais. A adolescente ficou internada no Hospital de Pronto-Socorro (HPS) João XXIII por mais de uma mês, mas não resistiu e morreu na última segunda-feira (3). Conforme a Polícia Civil, a jovem foi baleada dentro do carro do delegado durante uma briga do casal.   Durante depoimento, o delegado afirmou que Amanda teria atirado contra a própria cabeça. No entanto, o exame residuográfico sobre a suposta tentativa de suicídio da adolescente deu negativo. Diante do resultado, o delegado passou a ser o principal suspeito de ter atirado contra a namorada.   Conforme informações da PC, essa não é a primeira vez que o delegado teria agredido a jovem. De acordo com a assessoria de comunicação da corporação, em março deste ano, Geraldo Toledo chegou a ser indiciado pela Delegacia de Proteção à Criança e Adolescente por agressão contra Amanda. Já em 2011, o delegado chegou a ser detido em São Joaquim de Bicas, também na região Central de Minas. Ele também é investigado pela Corregedoria da Polícia Civil por receptação de veículos roubados e formação de quadrilha.

Atualizada às 21h27

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