Com tantas crises acontecendo ao mesmo tempo no Brasil – política, econômica, da saúde... – não está fácil acompanhar a grande quantidade de novos verbetes e significados para palavras que já estávamos acostumados no nosso vocabulário, não é?
Você vai à padaria pela manhã e escuta: “blábláblá... da operação Acarajé”. No açougue, mais tarde: “blábláblá... das Pedaladas do governo federal”. Deixando o filho na escola: “blábláblá... preso na Xepa”. Chega ao trabalho: “blábláblá... vai ter que fazer hora extra porque o João tá com zika”.
A operação “Lava Jato”, iniciada há dois anos, foi talvez a grande responsável pela variedade dos substantivos que estão na boca do povo, mas que ainda não chegaram aos dicionários da forma que já as conhecemos.
Na edição deste domingo, você terá a oportunidade de conhecer o “Dicionário da Crise”, formulado pelo Hoje em Dia para tornar mais fácil a compreensão de tudo isso que vem sendo falado diariamente nas rodas de conversa, nos jornais e na TV.
Porém, talvez fosse melhor que, o mais breve possível, pudéssemos completar a explicação no Aurélio do que é “Lava Jato”. Assim, haveria a certeza de que o maior esquema de corrupção que o país já conheceu teria terminado e prendido todos os envolvidos.
Nesse “Novíssimo Dicionário da Língua Portuguesa”, aparecem também alguns personagens que terão destacados seus papéis, bons ou ruins, nas próximas edições dos livros de história. Um deles, e talvez o principal, é o juiz paranaense Sérgio Moro, responsável por conduzir no âmbito judicial a operação “Lava Jato”.
Há pouco tempo desconhecido, o magistrado tornou-se herói, eleito pelos brasileiros revoltados com o mar de corrupção que invadiu o Brasil. Não que antes não houvesse esse tipo de crime – aliás o nosso país é conhecido pelo “jeitinho” –, mas hoje, com a disseminação das notícias pelas redes sociais, parece que mais gente passou a se importar com o assunto.
Passamos pela 26ª fase da operação e não é possível dizer quantas mais vêm pela frente e quantas expressões ainda teremos que aprender. Ah! E falamos tanto de “Lava Jato”, que deixamos para trás a turma de verbetes derivados do Aedes aegypti, um dos nossos maiores inimigos!