cobras e lagartas

População pode aprender a se proteger de ataques de animais peçonhentos neste domingo

Da Redação
portal@hojeemdia.com.br
24/04/2022 às 01:45.
Atualizado em 24/04/2022 às 10:57

Mais de 150 mil pessoas foram vítimas de acidentes com animais peçonhentos ou venenosos em Minas de 2019 até o último dia 18. São ataques de serpentes, lagartas, aranhas, abelhas que estão se tornando cada vez mais comuns em áreas urbanas.

E os maiores responsáveis por essa dolorosa estatística são os escorpiões. Só neste ano, já são 8.057 vítimas, em todo o Estado, segundo levantamento feito pela Secretaria de Estado de Saúde (SES).

Mais de 11 mil pessoas sofreram ataques de animais peçonhentos ou venenosos em Minas neste ano (Secretaria de Estado de Saúde / Divulgação)

Mais de 11 mil pessoas sofreram ataques de animais peçonhentos ou venenosos em Minas neste ano (Secretaria de Estado de Saúde / Divulgação)

O município mineiro que lidera este ranking, com quase 2.500 registros entre 2021 e 2022, é Montes Claros, no Norte do Estado. No ano passado, foram 2.126 ocorrências. Neste ano, já são 333, de acordo com a SES. A região é propícia à proliferação dos escorpiões por causa do clima quente. 

E a picada desse aracnídeo está entre as mais doloridas. A engenheira civil Giselle Ferrante Veloso sabe como é a desagradável experiência. O escorpião estava dentro de casa e a picou no dedo do pé. “Esperei por quatro horas até ser levada para tomar uma injeção no local para aliviar a dor. Esperei mais duas horas, completando as seis horas de observação. Como não tive nenhuma reação ao veneno, fui mandada para casa. Senti dor até no outro dia”, lembra.

Casos envolvendo escorpiões representam mais de 70% do total das 243.716 ocorrências registradas entre 2018 e outubro de 2022. (Eugênio Moraes - Hoje em Dia)

Casos envolvendo escorpiões representam mais de 70% do total das 243.716 ocorrências registradas entre 2018 e outubro de 2022. (Eugênio Moraes - Hoje em Dia)

Muita gente não sabe ou não está preparado para agir em momentos como esses, com agilidade e de forma correta. Neste domingo, o Departamento de Toxicologia da Associação Brasileira de Medicina de Emergência – Regional Minas Gerais (Abramede MG), com apoio da Associação Médica de Minas Gerais (AMMG) e da Sociedade dos Acadêmicos de Medicina de Minas Gerais (Sammg), oferece, de 8h às 12h, uma ação para a comunidade.

Na entrada do prédio da  AMMG, no Centro da capital, um estante expõe aranhas, escorpiões e cobras, entre outros animais. Acadêmicos de medicina passam orientações e demonstram como os acidentes, normalmente, ocorrem e formas de prevenção.

De acordo com a presidente da Abramede MG, Cida Braga, esse tipo de incidente acontece, especialmente, em casas com quintais e que ficam próximos às áreas rurais ou cidades onde há muita mata. Nas residências, vegetação sem poda, grama alta ou acúmulo de entulhos podem favorecer o aparecimento destes animais indesejáveis.

Juliana Sartorelo, médica toxicologista e membro do Departamento de Toxicologia da Abramede MG explica que nem todos os animais considerados perigosos pela população causam sintomas graves. Alguns deles levam a sintomas imediatos e em outros casos os sintomas podem demorar várias horas ou até dias para se manifestar. O importante, segundo a médica, é não manipular o local da picada, tentar identificar o animal por meio de fotos (nunca tentar capturar ou matar o animal, pelo risco de novo acidente), e procurar assistência médica logo após o acidente.

 (Reprodução/ Instagram)

(Reprodução/ Instagram)

Veja as dicas de como se proteger:

● Em locais de matas ou entulhos, use sapatos e roupas resistentes que cubram as pernas;
● Verifique suas roupas antes de colocá-las, quando estiver fora de seu ambiente;
● Nunca coloque as mãos atrás de armários, debaixo de camas, em cantos escuros ou vasos profundos sem inspeção visual;
● Se você se deparar com o animal, mantenha a calma. Não se aproxime e afaste-se calmamente;
● Se você for picado, cumpra as regras vitais de primeiros socorros;
● Nunca tente matar ou capturar o animal, pois pode acontecer novo acidente.
● Para correta identificação, o ideal é tirar uma fotografia do animal e apresentá-la no serviço de saúde quando for atendido.

Alertas importantes:

● Acalme a vítima;
● Não use tipoia;
● Nunca realizar torniquete;
● Nunca corte, chupe ou aperte o local da mordida;
● Não esfregue o local com desinfetantes ou qualquer outra substância;
● Mantenha a vítima o mais imóvel possível com o membro afetado mais elevado que o restante do corpo e retire qualquer adereço ou acessório que possa impedir ou dificultar a circulação;
● Não faça compressas no local, pois dependendo do acidente, o aumento ou diminuição da temperatura podem intensificar a dor.
● Após o acidente, não dê alimentos ou líquidos à vítima, até que ela passe por uma avaliação em um Serviço de Saúde.
● Não tente identificar o animal, não se aproxime dele nem tente capturá-lo. Deixe a parte de identificação para os profissionais durante o atendimento, através de fotografias do mesmo.

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