Clima de apreensão

Prefeito de Mariana critica atuação da ANM após interdição de estruturas em mina da Vale

"Cobramos uma atuação mais responsável da ANM na fiscalização e nos critérios de divulgação de informações", disse Celso Cota

Raquel Gontijo
raquel.maria@hojeemdia.com.br
14/11/2023 às 13:32.
Atualizado em 14/11/2023 às 14:44
 (Reprodução TV Globo)

(Reprodução TV Globo)

O prefeito de Mariana, Celso Cota, e a Defesa Civil do município cobraram mais fiscalização por parte da Agência Nacional de Mineração (ANM) nas estruturas da mineradora Vale na Mina de Fábrica Nova, no distrito de Santa Rita Durão, na região Central de Minas. Problemas de estabilidade colocam em xeque a segurança em três "pilhas de estéril".

Em coletiva nesta terça-feira (14), o prefeito lembrou a tragédia na comunidade de Bento Rodrigues - atingida por uma lama de rejeitos de minério em 2015 após o rompimento de uma barragem - e destacou que os distritos estão muito próximos.

“O impacto psicológico foi muito grande. E ontem ele foi ressuscitado. Nós ficamos muito apreensivos com a possibilidade de uma tragédia em Santa Rita Durão, mas, com os laudos técnicos, sabemos que nossa gente não está em risco. Cobramos uma atuação mais responsável da ANM na fiscalização e nos critérios de divulgação de informações", disse o prefeito de Mariana.

Ainda na coletiva, o subsecretário de Defesa Civil de Mariana, Welbert Stopa, descartou evacuação da população e justificou a decisão com base em laudos técnicos, mas reforçou que aguarda a conclusão da nova vistoria da ANM no local até o fim desta tarde.

"Não há necessidade de evacuação e de medidas emergenciais porque a anomalia na estrutura da pilha de estéril não representa risco e está em monitoramento. A mineradora Vale garantiu que caso houvesse alguma movimentação de massa na pilha, o impacto dela não seria significante na comunidade de Santa Rita Durão. Por isso, nós optamos pela não evacuação e em tomar medidas emergenciais mais enérgicas”, afirmou.

O Hoje em Dia entrou em contato com a ANM e aguarda retorno.

Entenda
Problemas de estabilidade colocam em xeque a segurança em três estruturas da Mina da Fábrica Nova, da Vale, em Mariana. A interdição foi feita na sexta-feira (10) pela Agência Nacional de Mineração (ANM), mas só veio à tona nesta segunda (13).

Em 2015, Mariana foi palco da maior tragédia socioambiental do país, com o rompimento da barragem de Fundão, que atingiu o distrito de Bento Rodrigues. Dezenove pessoas morreram. Os rejeitos também atingiram a bacia do Rio Doce, devastando o curso d'água e provocando estrago em outras cidades mineiras e capixabas.

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