Um esquema de produção e venda de diplomas falsos em todo o estado de Minas Gerais foi desvendado pela Polícia Civil. A comercialização ilegal dos títulos era feita por dois homens, residentes na capital mineira.
Na última terça-feira, Carlos Roberto de Oliveira, de 34 anos, fabricante dos documentos, foi preso em flagrante. O sócio, Thiago Dutra D’Angelo, de 20, que intermediava as vendas, havia sido detido em 19 de dezembro, na primeira fase da Operação Canudo, da 2ª Delegacia Especializada de Crimes Cibernéticos.
A dupla comercializava títulos de todo tipo, a preços fixos, há cerca de quatro anos. Os diplomas de ensino superior eram vendidos a R$ 2 mil, os de ensino técnico a R$ 800 e, mais baratos, os de ensino médio custavam R$ 600.
Foram identificados diplomas falsos de conhecidas faculdades particulares de Belo Horizonte, como Una, Uni-BH, Estácio de Sá, Newton Paiva e Senac. De acordo com a delegada Renata Fagundes, responsável pela investigação, quem comprava os documentos assegurava a certificação fraudulenta em carreiras como odontologia, enfermagem, nutrição esportiva, direito, sistemas de informação e publicidade e propaganda.
Pela web
Os documentos eram vendidos em páginas na internet e em redes sociais. Thiago fazia a interação com os compradores, que deveriam enviar fotografias de comprovante de residência e do dinheiro que depositariam à dupla, para confirmar a transação, feita em contas de laranjas. Segundo o rapaz, ele nunca conheceu pessoalmente o parceiro.
Com o dinheiro na conta, Carlos, que é formado em Engenharia de Software, confeccionava e imprimia os títulos em casa. “A qualidade dos diplomas impressos era muito boa, e, além disso, ele ainda tinha carimbos falsos dessas instituições de estudo e de funcionários públicos”, afirma a delegada.
Como o esquema de fraude ocorria há quatro anos, a Polícia Civil não consegue precisar quantas pessoas já compraram os documentos. “São inúmeros certificados vendidos”, garante Renata.