Servidores da rede municipal de ensino de Belo Horizonte decidiram, em assembleia nesta terça-feira (22), na Praça da Estação, pela manutenção da greve por tempo indeterminado. Após a reunião, eles seguiram em protesto até a sede da prefeitura.

Conforme informou o Sindicato dos Trabalhadores em Educação da Rede Pública Municipal de BH (Sind-REDE), cerca de 1,3 mil profissionais participaram do ato. Os servidores, de braços cruzados desde a semana passada, seguem reivindicando que a administração municipal contemple o cumprimento da Lei do Piso Nacional da Educação. Eles aguardam uma proposta favorável, já que não aceitam o reajuste salarial oferecido pela PBH, de 11,77%.

Durante a reunião desta terça, a categoria também rechaçou a proposta de abono de R$ 1.150. “A avaliação dos trabalhadores é que todos os recursos da educação devem ser administrados de forma a valorizar os salários e a carreira. Foi dito na assembleia que o abono sempre vem como um ‘cala a boca’, para tirar a força do movimento grevista, porém essa política não traz nenhum benefício, pois não incide sobre férias, décimo terceiro ou aposentadoria. A próxima reunião decidirá sobre a posição da categoria em relação à política de rateio do Fundeb”, informou o sindicato.

A próxima assembleia está marcada para 14h30 de sexta-feira (25), em frente à prefeitura. Até lá, a categoria prepara um calendário de greve, com diversos atos que serão realizados. Confira:

23/03 – Regionais de greve (mutirão nas escolas)
23/03 – 18h30 – Comando de greve
24/03 – 15h – Ato na Praça 7 – Negocia Kalil – Um bolo para a Educação
24/03 – 18h30 – Comando de Greve
24/03 – 19h – Atividade do Ilaese / Sind-Rede/BH. Sobre Piso e Carreira
25/03 – 7h – Participação de ato conjunto na Petrobrás. Contra o preço dos Combustíveis e as Privatizações
25/03 – 14h30 – Porta da Prefeitura – Assembleia de Greve

Paralisação

Segundo o Sind-Rede, mais de 50% das escolas do ensino fundamental e 20% da educação infantil estão com as atividades paralisadas por conta do movimento.

Em nota, a PBH informou que respeita o direito à livre manifestação da categoria, mas lamenta que propostas que atendem “a pleitos históricos tenham sido rejeitadas, incluindo a antecipação do pagamento de parte do saldo remanescente do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) a servidores ativos lotados na Secretaria Municipal de Educação. O valor a ser pago, inicialmente, será de R$1.150, podendo haver complementos até o final do ano, caso haja saldo para essa finalidade”.

Ainda segundo a administração municipal, todas as alternativas foram apresentadas à categoria e não há margem para gastos extras que “comprometam a saúde fiscal do município”.