A Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol) promete para os próximos dias uma ampla reforma nas estruturas da entidade. Em meio ao maior escândalo de corrupção da sua história, a entidade quer mais transparência.
O uruguaio Wilmar Valdez, que assumiu o presidência na sexta-feira após a renúncia do paraguaio Juan Ángel Napout, preso na Suíça acusado de corrupção, pretende rever os contratos assinados pelo antecessor. Um dos principais alvos é o novo acordo de direito de transmissão televisivo da Libertadores, que promete cotas maiores aos clubes.
Por isso, foi designado um diretor independente para a Comissão de Auditoria Interna e Cumprimento. A cargo será ocupado por Daniel Elicetche. O auditor terá a missão de adotar "medidas de transparência e controle que garantam uma eficaz e rigorosa administração das operações econômicas e dos processos", de acordo com um comunicado divulgado pela entidade.
Valdez também indicou que a Conmebol deverá diminuir custos daqui pra frente. Segundo o uruguaio, por exemplo, o sorteio dos grupos da Libertadores, no próximo dia 22, no Paraguai, será "austero e sóbrio".
Nos próximos dias será formada a Comissão de Assuntos Legais. O órgão terá representantes das dez confederações do continente e a função de reformar do completamente o estatuto da Conmebol.
Valdez ocupará um mandato tampão até o dia 26 de janeiro, quando serão realizadas novas eleições. Hoje, ele é o favorito a continuar na presidência. "Se houver consenso, eu assumo o desafio", disse.
Atualmente, os principais dirigentes da Conmebol estão presos. Além do presidente Napout, foram detidos acusados de corrupção o vice Rafael Esquivel (Venezuela), secretário-geral José Luis Meiszner (Argentina) e o tesoureiro Carlos Chavez (Bolívia).
No mês passado, a Conmebol anunciou que renovou até 2018 o contrato de transmissão de seus torneios interclubes, entre eles a Copa Libertadores. Segue com a FOX Sports os direitos de exibição em TV e outras mídias digitais da Libertadores, da Recopa e da Sul-Americana, entre outros, para todo o mundo, pelas próximas três temporadas.
A venda de direitos de transmissão de torneios, em especial da Copa América, está no centro do escândalo de corrupção de que assola não apenas a Conmebol, mas também a Concacaf. A falta de transparência permitiu que ambas negociassem os torneios com terceiros, que pagavam propina para ficar com os contratos, e depois os repassavam às emissoras.
Agora, a renovação vem novamente sem transparência, ainda que a Conmebol bata na tecla de que o contrato segue as novas diretrizes da entidade. "A atual diretoria da Conmebol tem trabalhado para estabelecer procedimentos internos que garantam a transparência e a integridade de todas as operações da Conmebol. Este acordo com a FOX reflete o compromisso da Conmebol de melhorar a governança e a integridade institucional", destacou a entidade em um comunicado.