Reação do tráfico motivou 10 ataques a ônibus na Grande BH; PM promete reforço

Renata Evangelista
rsouza@hojeemdia.com.br
14/02/2017 às 12:48.
Atualizado em 15/11/2021 às 22:55

A Polícia Militar de Minas Gerais afirmou que os 10 ônibus queimados na Região Metropolitana de Belo Horizonte em um intervalo inferior a 30 horas configuram uma reação de traficantes às ações da corporação. Apesar da onda de ataques, que teria sido ordenada por bandidos de Sarzedo, o Estado garantiu que os usuários do transporte coletivo não precisam ficar temerosos.

Desde o fim de semana, quando tiveram início os atos de vandalismo, 15 suspeitos foram presos ou apreendidos. Neste período, segundo informou o major Flávio Santiago, a PM conseguiu apreender 183 barras de crack, droga avaliada em aproximadamente R$ 1 milhão. "Também fizemos vastas apreenssões em Divinópolis, no aglomerado da Serra e em Ipatinga. Foi um duro golpe ao narcotráfico", pontuou o chefe da sala de imprensa da PM.

Segurança

Para conter a ação dos criminosos, o Comando de Policiamento da Capital (CPC) disponibilizou, a partir desta terça-feira (14), uma viatura a cada companhia de Belo Horizonte para reforçar a segurança dos motoristas e passageiros. "A Grande BH também terá ação para coibir os vândalos", assegurou o major.

Ele informou, também, que militares já estão ocupando pontos importantes da capital e dos municípios vizinhos para combater a onda de violência. "No sábado conseguimos evitar uma das queimas. Na ocasião, prendemos vários infratores".

Vandalismo

Da noite de domingo até o início da madrugada desta terça-feira (14), ao menos dez coletivos foram queimados por bandidos. Os últimos cinco ataques foram registrados nos bairros Independência, Cachoeirinha e Barreiro, em BH, além de Betim e Sarzedo, na Grande BH. Ninguém se feriu nas ocorrências.

Em uma destas ocorrências, um rapaz de 21 anos, conhecido como "Coquinho" e apontado como o articulador dos atos violentos, foi preso em flagrante na Vila Sumaré, região Noroeste de BH. De acordo com a PM, ele teria confessado participação nos crimes e delatado o traficante "Natureza", que está foragido em Mário Campos, como o 'cabeça' dos atentados.

No celular do suspeito detido, a PM encontrou uma mensagem no aplicativo WhatsApp que revela o motivo dos ataques. "O motivo de estarmos colocando fogo nos ônibus é pelas covardias que estão sendo feitas com os irmãos do Sarzedo. Estamos fechados com todas as comunidades (sic)". Conforme a corporação, a mensagem refere-se a morte de um infrator no último dia 1º em Sarzedo.

Além de "Coquinho", a PM continua na caça de dois homens que atendem pela alcunha de "Chiquinho" e "Mutley" que também teriam participado dos ataques dos últimos dias.

Violência

Nos 45 primeiros dias deste ano Belo Horizonte vive a pior série de ataques a ônibus registrada desde 2010. Até esta terça-feira, 10 veículos foram queimados por bandidos em diversas ações. Em todo o ano passado, conforme o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros(SetraBH), oito coletivos foram incendiados.

Cada coletivo destruído deixa de atender, em média, 500 usuários por dia útil. Além disso, cada ônibus custa R$ 360 mil e demora aproximadamente 150 dias para ser substituído.


 

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