Evite golpes

Renegociação de dívidas deve ser feita somente em agências e lotéricas, alerta diretor da Caixa

Raquel Gontijo
raquel.maria@hojeemdia.com.br
21/07/2023 às 10:30.
Atualizado em 21/07/2023 às 10:46
 Foram renegociados mais de 400 mil contratos de dívidas (Fernando Michel / Hoje em Dia)

Foram renegociados mais de 400 mil contratos de dívidas (Fernando Michel / Hoje em Dia)

Poucos dias após o lançamento do programa Desenrola Brasil, a procura de clientes por renegociação das dívidas dobrou na Caixa Econômica Federal. Para atender todo esta demanda, as agências do banco abriram 1h mais cedo em todo o país, nesta sexta-feira (21), para promover um mutirão de renegociação.

Em Belo Horizonte, o vice-presidente de Finanças e Controladoria da Caixa, Marcos Brasiliano declarou que cerca de 225 mil CPFs foram desnegativados na Caixa nos primeiros dias do programa. Segundo ele, as principais dívidas dos brasileiros são de cartão de crédito e consignados. 

O gestor do banco também alertou os endividados a procurarem as agências e lotéricas para renegociar as dívidas e não buscar nenhum intermediário. Logo após o anúncio do programa, golpistas criam sites falsos para roubar dinheiro e dados pessoais.

"É importante a gente fazer esse alerta. Na Caixa nós orientamos nossos clientes a procurarem as nossas agências, procurar nossos parceiros, as lotéricas, e não buscar nenhum intermediário. A Caixa não tem nenhum intermediário a não ser o correspondente bancário, autorizado a atender em nome da Caixa. Cliente Caixa, não procure intermediário, venha até a gente”, orienta o gestor do banco. 

O pedreiro João Alves seguiu as orientações do banco e procurou pessoalmente uma agência da Caixa. Ele está endividado com contas de cartão de crédito, internet e celular. Uma delas se acumula há quatro anos. Para piorar a situação, ele conta que teve problemas de saúde e que, com apenas um salário mínimo, a prioridade era comprar alimentos para a família.

“Procurei fazer acordo várias vezes, só que eu não consegui pagar. Não quero ficar devendo, é ruim ficar com o nome sujo. Então resolvi vir aqui para entender essas condiçẽos e fazer a negociação”, disse o trabalhador. 

(Fernando Michel / Hoje em Dia)

(Fernando Michel / Hoje em Dia)

Na primeira fase do Desenrola, que entrou em vigor nesta segunda-feira (17), as instituições financeiras limpam o nome das pessoas com débitos de até R$ 100 vencidos até 31 de dezembro do ano passado. 

No programa federal de reestruturação financeira a dívida não é perdoada, mas o devedor limpa o nome nos órgãos de crédito, SPC e Serasa, pode contrair novos empréstimos, fazer operações como fechar contratos de aluguel, e contribui com a economia ao voltar a consumir.

“O Ministério da Fazenda estima que 70 milhões de brasileiros estão nesta condição. Se a gente conseguir um grande percentual, significa que essas pessoas retomam sua vida financeira, podendo abrir novos créditos e com isso contribuir para o país, alavancando a economia. Cada recurso que você volta, cada compra que você faz, tem mais arrecadação de impostos, geração de empregos. Essas 70 milhoẽs de pessoas voltarem para o mercado consumidor é extremamente relevante”, observou o gestor da Caixa. 

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