Reparo na Igreja da Pampulha custará R$ 8 mil e começa na quinta-feira

Renato Fonseca
rfonseca@hojeemdia.com.br
22/03/2016 às 15:00.
Atualizado em 16/11/2021 às 02:36
 (José Geraldo/ Divulgação)

(José Geraldo/ Divulgação)

Após visitas técnicas, elaboração de laudos e análises dos órgãos de proteção do patrimônio ficou definido, nesta terça-feira (22), como será feito o processo de limpeza da Igreja São Francisco de Assis. A remoção da pichação no ícone modernista projetado pelo arquiteto Oscar Niemeyer custará R$ 8 mil. Um restaurador de Belo Horizonte foi contratado para executar o serviço.

Atuando na área há 25 anos, o restaurador Wagner Matias de Sousa, será o responsável pela intervenção. Ele participou da recuperação do painel de azulejo de Paulo Werneck, na própria Igrejinha. O profissional está no Rio de Janeiro, onde realiza, dentre outros trabalhos, da limpeza de uma pichação no Antigo Hotel Nacional, também projetado por Niemeyer.

Sobre o novo serviço na Igrejinha, Wagner disse que será "complexo" e demandará "cuidados especiais". O desafio é limpar a estrutura sem danificar as obras de arte.

"Temos que dar uma resposta rápida à altura da importância deste monumento". Um processo químico será feito para remover a tinta. "Vários testes precisam ser feitos. A metodologia pode mudar de acordo com o andamento dos trabalhos", disse.

Uma equipe da Fundação Municipal de Cultura acompanhará os trabalhos, que serão iniciados na próxima quinta-feira (24). A previsão é a de que o restauro dure no máximo cinco dias. Na madrugada do último dia 21 parte do painel de Cândido Portinari e uma das laterais da Igrejinha foram alvo de vândalos. A depredação do espaço está sendo investigada pela polícia. Já há suspeitos, mas, até o momento, ninguém foi preso.

A segurança na região - principalmente no entorno da capela - feita por guardas municipais foi intensificada, informou a assessoria de imprensa do órgão. Além disso, uma fonte da prefeitura disse que a administração pública pretende fechar um acordo de cooperação com a Arquidiocese de BH.

A intenção é manter um agente da Guarda 24 horas por dia no local, como já ocorre nos demais espaços do conjunto arquitetônico (Casa de Baile, Museu de Arte e Casa JK). Essa informação, no entanto, não foi confirmada pela assessoria de imprensa. O complexo concorre ao título de patrimônio cultural da humanidade. O anúncio deve ser feito nos próximos três meses.

Ainda nesta terça, a Polícia Civil identificou o supeito de pichar a igreja a partir de um perfil do Facebook. A assessoria da Polícia Civil afirmou que as câmeras da igreja e do Olho Vivo não registraram a ação.

Falta de zelo

Considerada obra-prima do arquiteto Oscar Niemeyer, a Igreja São Francisco de Assis passou pela primeira das cinco reformas já realizadas em 1954. A última restauração ocorreu há mais de uma década, em 2005. A capela passará por uma nova restauração no interior devido a goteiras e infiltrações.

Em janeiro passado, o Hoje em Dia mostrou que enquanto a intervenção não acontece, a deterioração do templo se agrava ainda mais com novas infiltrações e fendas mais aparentes no forro de madeira. Basta chover e aparecem goteiras por todos os cantos.

A obra orçada em R$ 1,4 milhão, que conta com recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), se arrasta devido à demora na liberação da verba, uma licitação cancelada e casamentos agendados na igreja. O reparo prevê serviços nas juntas de dilatação da estrutura em forma de abóbada, troca do forro, nova pintura, polimento do piso de mármore e limpeza das fachadas.

Vândalos picham Igrejinha da Pampulha durante a madrugada desta segunda

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