Das 272 vítimas, 4 continuam desaparecidas após rompimento da barragem em Brumadinho (Corpo de Bombeiros/Divulgação)
Os restos mortais encontrados na última sexta-feira (9) pelo Corpo de Bombeiros em Brumadinho, na região metropolitana, não são das quatro vítimas do rompimento da barragem do Fundão que ainda estão desaparecidas.
A informação foi confirmada nesta terça-feira (13) pela Polícia Civil. "Após análises periciais realizadas, verificou-se que o material examinado não é compatível com as características individuais das quatro pessoas ainda não localizadas”, afirmou a polícia em nota.
Os segmentos corpóreos foram lcocalizados por um operador de máquinas que trabalhava na área conhecida como Ferteco 2, abaixo da área administrativa.
Ele localizou o que poderiam ser restos mortais de uma vítima - um colete e uma blusa, com segmentos ósseos. E acionou os bombeiros, que foram deslocados para verificar o local.
Na semana passada, 29 militares trabalhavam na Operação Brumadinho, voltada para a localização das vítimas do rompimento da barragem. O Corpo de Bombeiros permanece com militares dedicados exclusivamente à operação e às buscas das "joias" de Brumadinho.
A operação já dura 1.324 dias.
Método comparativo
Marcelo Mari, professor de medicina forense e perito do Instituto Médico-Legal Dr. André Roquete (IMLAR), explica como o processo é feito.
De acordo com entrevista concedida ao Hoje em Dia, para qualificar (identificar) os segmentos corpóreos, ossadas e outros vestígios, é necessário inserir os dados em um sistema para que sejam, posteriormente, comparados às informações dos parentes que buscam seus desaparecidos.
“Toda qualificação é comparativa. Não adianta ter DNA do desconhecido (corpo) e não ter o da família para comparar”, diz.
Ele também explica que o legista é o único profissional capaz de traduzir para o laudo os vestígios apresentados pelo corpo.
(Fernando Michel / Hoje em Dia)
“Isso torna a profissão única dentro da medicina. Poder entregar a verdade para a Justiça, de uma forma imparcial, nos faz ser imprescindíveis", afirma o especialista.
Em todo o estado, o trabalho de perícia é feito por 256 médicos-legistas. Em BH, no único departamento de antropologia forense em Minas, apenas nove profissionais são responsáveis pelo exame de todas as amostras encontradas no estado.
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