Samarco é notificada e tem cinco dias para responder sobre a contenção dos rejeitos de Fundão

Álvaro Castro
acastro@hojeemdia.com.br
12/04/2016 às 17:07.
Atualizado em 16/11/2021 às 02:54
 (Samarco/Divulgação)

(Samarco/Divulgação)

A Samarco, mineradora responsável pela barragem de Fundão, que se rompeu em Mariana, no ano passado, foi notificada pela Justiça nessa segunda-feira (11) sobre o pedido que o Ministério Público fez à Justiça para que os vazamentos na barragem fossem contidos. A empresa está analisando a notificação e tem até a próxima segunda-feira para se pronunciar sobre o caso.

"Os diques de contenção de sedimentos construídos pela empresa vêm apresentando funcionamento conforme esperado". Segundo a empresa, "à medida que os sedimentos se depositam em cada um dos reservatórios, a água segue mais clarificada", disse a empresa em nota no dia 5 de abril.

Ações contra a turbidez da água começam a dar resultado

A Samarco informou nesta terça que o dique S3, uma das estruturas implantadas para conter os sedimentos e que teve uma mudança estrutural para aumentar sua capacidade foi concluído no dia 26 de março. Com isso, ele passa a poder conter um volume de 2,1 milhões de m³ de rejeitos. Somam-se ao sistema outros dois diques.

Os diques são estruturas temporárias de retenção somente de sedimentos, não de água, e foram construídos com blocos de mina durante o período chuvoso. Outras estruturas definitivas serão ainda implantadas durante o período seco. A intenção é fazer com que a água chegue ao Rio Doce com o menor volume possível de sedimentos, diminuindo a turbidez da água.

A implementação do novo dique já mostra resultados. O principal indicador desse processo são os resultados de medição de turbidez, que indicam melhoria significativa da água, atingindo valores abaixo do limite legal de 100 NTU na saída do Dique S3. “É preciso deixar claro que essa turbidez pode variar, dependendo de vários fatores, sendo o principal deles a ocorrência de chuvas na região”, informou Márcio Perdigão, gerente geral de Meio Ambiente da Samarco.

Tragédia

A barragem Fundão, da Samarco, se rompeu no dia 5 de novembro de 2015. O vazamento provocou uma "tsunami" de rejeitos de minério, devastou vilarejos, matou 19 pessoas.

O colapso da barragem gerou uma onda de lama que percorreu 55 km do Rio Gualaxo do Norte até atingir o Rio do Carmo, no qual percorreu mais 22 km, e chegar ao Rio Doce, no qual viajou mais algumas centenas de quilômetros até chegar ao mar, 16 dias depois, no norte do Espírito Santo.

No total, segundo o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), 663 km de rios foram diretamente impactados. No trajeto, aproximadamente 40 bilhões de litros de rejeitos de minério matou várias espécies de peixes.

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