Samarco terá que pagar mais de R$143 milhões em multas por danos ambientais

Da Redação
horizontes@hojeemdia.com.br
17/06/2016 às 21:28.
Atualizado em 16/11/2021 às 03:57
 (Fred Loureiro)

(Fred Loureiro)

A Samarco Mineração terá que arcar com mais uma despesa ocasionada pelo rompimento da barragem de Fundão, no ano passado. Nesta sexta-feira (15), o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) autuou a mineradora a pagar três infrações de danos ambientais. Somadas, as multas chegam ao valor de R$143.050.000.

Segundo o instituto, o vazamento de rejeitos de minério causaram impactos à Área de Proteção Ambiental (APA) Costa das Algas, ao Refúgio de Vida Silvestre (RVS) de Santa Cruz e à zona de amortecimento da Reserva Biológica de Comboios. Para cada unidade de conservação atingido, uma multa foi autuada contra a mineradora.

“O primeiro auto de infração foi lavrado a partir da constatação de deposição de rejeitos de mineração no interior da zona de amortecimento da Rebio de Comboios, área protegida que abrange importante criadouro natural do camarão sete-barbas”, explica o oceanógrafo Leandro Pereira Chagas, que apontou que a segunda multa foi proferida após verificação de metais como Arsênio e Chumbo na água das unidades de conservação.

A terceira infração, por sua vez, foi ocasionada pelos danos causados aos organismos marinhos. “Os estudos realizados pelos pesquisadores da Uuniversidade Federal do Espírito Santo evidenciaram significativas alterações em números de espécies zooplanctônicas encontradas na região. Este fato ganha importância uma vez que tais organismos constituem a base da cadeia alimentar em ambientes marinhos”, afirmou o oceanógrafo Leandro Chagas.

Em nota, a Samarco confirmou o recebimento dos três autos de infração e estuda a apresentação de defesa administrativa. “A empresa reforça que a mitigação dos impactos decorrentes do acidente com a barragem de Fundão está prevista no Acordo assinado pela empresa, seus acionistas, e os governos federal, de Minas Gerais e do Espírito Santo, do qual o ICMBio também é signatário”, escreveu a mineradora.

Os estudos que levaram às multas foram desenvolvidos pela Universidade Federal do Espírito Santo em parceria com pesquisadores da Universidade Federal do Rio Grande.

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