O sargento da Polícia Militar que se trancou no quarto de um motel na região Oeste de Belo Horizonte e tentou se matar segue internato em estado grave no Hospital João XXIII. Nesta quinta-feira (11) passará por novos exames para detalhar os próximos passos do tratamento.

'Meus irmãos, me perdoem. Não se culpem'. Esta foi a mensagem postada nas redes sociais pelo policial de 41 anos, lotado no 22º Batalhão da PM. Logo após ver postagens nas redes sociais feitas pelo policial militar, com indícios de que ele estaria pensando em tirar a própria vida, a amiga e técnica de enfermagem Cléo Lacerda foi até o motel onde o sargento da PM estava trancado, na quarta-feira (10).

"A gente tomava cerveja juntos no clube, estava sempre com as filhas. Ele realmente estava mal. Em uma das últimas vezes que encontrei com ele falei para não fazer nada, para pensar nas filhas. Não acreditei que ele fosse fazer isso", comentou Cléo, que ficou emocionada ao saber que ele havia sido resgatado com vida de dentro do motel.

A técnica de enfermagem mostrou mensagens e fotos postadas pelo sargento nas redes sociais desde que se trancou no local. Ela não acreditava que o amigo estava armado, já que o material dele havia sido recolhido pela corporação. Segundo Cléo, o policial havia enfrentado problemas no casamento.

Irredutível

A tentativa de suicídio foi confirmada pelo tenente-coronel Flávio Santiago, chefe do Centro de Jornalismo da PM. Uma equipe do Batalhão de Operações Especiais foi deslocada até o local e amigos do 22º Batalhão estiveram no motel, tentando fazê-lo desistir da ideia e pedindo para que se entregasse.

"Infelizmente, ele se tornou irredutível. Foram mais de seis horas de negociação. E ele efetuou o disparo na cabeça", revelou o tenente-coronel.

Além da mensagem, o sargento postou uma foto das duas filhas ao lado de uma farda. Ele estava afastado do serviço devido a problemas psicológicos, que teriam sido motivados por não aceitar o fim de um relacionamento.

Medida protetiva

De acordo com o tenente-coronel Flávio Santiago, o sargento vinha sendo procurado pela corporação desde a última segunda (8), quando se aproximou e agrediu a ex-mulher, que tinha uma medida protetiva contra ele.

"A situação se agravou quando ele feriu a medida protetiva em relação a violência doméstica e agrediu ex-esposa. Ele já vinha com algumas questões psicológicas há cerca de dois meses".