Solidariedade sem fim: passados três dias da tragédia, crescem as homenagens às vítimas

Ana Júlia Goulart
agoulart@hojeemdia.com.br
08/10/2017 às 20:39.
Atualizado em 02/11/2021 às 23:08
 (Fotos Pedro Gontijo)

(Fotos Pedro Gontijo)

Três dias após a tragédia de Janaúba, no Norte de Minas, a movimentação ainda é intensa na porta do Hospital de Pronto-Socorro (HPS) João XXIII, na capital, onde nove pessoas permanecem internadas. Muitos belo-horizontinos dedicaram a tarde de ontem para prestar homenagens às vítimas. Na última quinta-feira, um vigia ateou fogo no próprio corpo e em crianças que estavam em uma creche, deixando um saldo de pelo menos dez mortes.

Na unidade de saúde de BH, os gestos de solidariedade não param de crescer. Cartazes, flores, balões e mensagens se multiplicam. As orações também são constantes. Passar pelo local e não encontrar ninguém observando ou rezando é quase impossível. “Isso é o mínimo diante de um caso tão grave. Não imagino a dor que essas famílias estão passando”, disse, bastante emocionado, o frentista Ronaldo Gonçalves da Rocha, de 43 anos. Ele levou um cartaz ao local.

Segundo ele, notícias chegam a todo momento, mas somente a alta será capaz de trazer conforto para a família. “Os médicos explicam, explicam. A gente não entende muito bem, mas eles dizem que ele tá se recuperando. Bem mesmo, só quando sair do hospital, voltar a sorrir e a brincar”, afirma.

A família de Matheus – os pais e duas tias – largaram tudo para cuidar do garotinho em Belo Horizonte. “Ele é prioridade”, afirma a mãe, a balconista Valdirene Santos. Ela abandonou o emprego para se dedicar integralmente ao filho. A recuperação é demorada e Matheus deve ficar no hospital por pelo menos mais 3 meses. “É muito tempo! Mas vamos esperar. Não vamos voltar sem ele”, afirma Valdemar.

Despedida

Ontem, mais uma criança foi enterrada em Janaúba. Talita Vitória Bispo, de 4 anos, foi sepultada no Cemitério São Lucas. Ela é a oitava criança morta após o ataque na creche Gente Inocente. Pelo menos 25 feridos ainda estão hospitalizados em centros de saúde de Janaúba, Montes Claros e Belo Horizonte.

Na capital, além das nove pessoas sob os cuidados de profissionais do HPS, dois alunos estão Hospital Infantil João Paulo II e três no Odilon Behrens. Até o momento, 21 pessoas já receberam alta, segundo o Corpo de Bombeiros.

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