Disputa de poder

STJ mantém prisão de ex-vereador de BH acusado de mandar matar sindicalista

Vanda Sampaio
vsampaio@hojeemdia.com.br
29/06/2022 às 19:58.
Atualizado em 29/06/2022 às 20:17

A prisão preventiva do ex-vereador de Belo Horizonte, Ronaldo Batista de Morais, foi mantida pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) nesta quarta-feira (29). Ele é acusado de ser o mandante do assassinato de Hamilton Dias de Moura, sindicalista e ex-verador de Funilândia, na região Central de Minas.

Os ministros da 5ª turma do STJ entenderam que a prisão cautelar é legal diante da periculosidade do acusado e do temor de represálias por parte dos familiares da vítima.

Entenda o caso
Segundo a acusação, o crime teria sido motivado por denúncias feitas pela vítima à imprensa e ao Ministério Público do Trabalho (MPT) sobre supostos desvios de dinheiro no Sindicato dos Motoristas e Empregados em Empresas de Transporte de Cargas, Logística em Transporte e Diferenciados de Belo Horizonte e Região.

Em razão das denúncias, o ex-vereador foi condenado ao ressarcimento de R$ 6 milhões e sofreu o bloqueio de R$ 500 mil em seu patrimônio.

Além disso, de acordo com o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), Ronaldo Morais seria líder da organização criminosa conhecida como "Máfia de Sindicatos", que praticaria diversos delitos – inclusive com a participação de agentes de segurança pública –, como a intimidação de adversários para manter seu domínio no meio sindical.

O ex-vereador foi preso em outubro de 2020 durante uma operação da Polícia Civil que investigava a morte de Hamilton Moura, encontrado dois meses antes em um carro abandonado próximo a uma estação do metrô de BH.

Na época, a defesa negou qualquer ligação com o crime e alegou que a decisão do juiz de primeira instância, que decretou a prisão de Ronaldo, foi baseada unicamente em delações premiadas e não poderiam ser utilizadas como única prova.

Investigações 
Ao final das investigações, o  MPMG concluiu que o ex-vereador teria pago R$ 40 mil para que dois comparsas executassem Hamilton. O crime teria sido motivado por uma disputa de poder no sindicato.

Sob a orientação do ex-vereador, os suspeitos criaram um perfil falso e se passaram por compradores de um lote que o sindicalista estava vendendo.

Os comparsas se passaram por mulheres e atraíram a vítima para um encontro para fechar o negócio. Hamilton Moura foi assassinado com 12 tiros dentro do próprio veículo.

A reportagem do Hoje em Dia entrou em contato com a defesa do acusado para que se manifeste sobre a decisão judicial, mas ainda não obteve retorno.

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