Um jovem de 24 anos foi preso preventivamente por suspeita de abusos sexuais contra sete vítimas, sendo seis crianças e adolescentes e uma mulher, de 24 anos, com deficiência física e mental. Uma das vítimas, a própria filha do homem, de 12 anos, acabou ficando grávida, mas passou pelo procedimento de aborto em setembro.

Os fatos foram noticiados à polícia de forma gradual na Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (Deam) em Betim. De acordo com a delegada Ariadne Elloise, o primeiro caso surgiu em julho deste ano, quando a tia flagrou a sobrinha, de 9 anos, assistindo a vídeo pornográfico no aparelho celular da prima. “Questionada, a criança chorou muito, mas acabou revelando ter aprendido com o pai, que também a teria obrigado à prática de atos libidinosos diversos”, revela a delegada.

A partir disso, outras duas primas foram apontadas como vítimas e confirmaram as condutas do suspeito. No decorrer da investigação, a companheira do investigado, com quem tem cinco filhos, sendo três meninas, foi chamada à delegacia.

No local, ela revelou ter ligado para o marido, que confessou os atos impróprios somente com a filha. “Na oportunidade, foram solicitadas medidas protetivas para as meninas, e a mãe orientada a não permitir o contato do suspeito com as crianças, em razão da gravidade do caso e da investigação”, ressalta Ariadne.

Novas vítimas

No dia 18 de setembro, a polícia descobriu que outra filha do suspeito, de 12 anos, estaria grávida, o que foi confirmado por teste de gravidez de farmácia. Na ocasião, os familiares, indignados, acionaram a imprensa. Após a divulgação na mídia, uma vizinha, de 10 anos, também vítima, resolveu contar ao responsável legal sobre o abuso sofrido.

No curso das apurações realizadas pela equipe policial, foram identificadas mais duas vítimas, sendo outra filha do suspeito, de 15 anos, que teria sido abusada desde os 5, e uma irmã dele, de 24 anos, com deficiência. “Verificou-se, inclusive, que, em relação à irmã, o investigado teria utilizado uma das filhas (a que engravidou) para auxiliar no abuso, pedindo à adolescente que segurasse os braços da tia para que ele efetivasse o ato sexual”, detalha a delegada.

Indiciamento

Durante a investigação, foram levantados elementos indicativos da relevante omissão por parte da esposa do suspeito (mãe das vítimas), que já teria flagrado os abusos sem tomar providências. Ela também teria permitido o contato do pai com as filhas mesmo depois do pedido de medidas protetivas.

A prisão foi efetuada após o investigado se apresentar, acompanhado de advogado, para prestar esclarecimentos. Ele confessou os abusos em relação às filhas, negando os atos quantos às demais vítimas.

O suspeito e a companheira dele serão indiciados pelos crimes de estupro de vulnerável e satisfação da lascívia, nas formas comissiva e omissiva, respectivamente.