Coronavírus

Uso de máscaras em locais fechados divide opiniões no 1º dia após liberação em BH

Raíssa Oliveira
raoliveira@hojeemdia.com.br
11/08/2022 às 09:35.
Atualizado em 11/08/2022 às 11:28
 (Valéria Marques/Hoje em Dia)

(Valéria Marques/Hoje em Dia)

Mais de dois anos após o decreto que determinou o início do uso obrigatório de máscaras, Belo Horizonte vive nesta quinta-feira (11) o primeiro dia de liberação total do equipamento de proteção contra a Covid-19. A flexibilização foi anunciada pelo prefeito Fuad Noman (PSD), na quarta (10).

Conforme o decreto, publicado hoje pela Prefeitura de Belo Horizonte, o executivo municipal retirou a exigência das máscaras em todos os espaços da cidade. No entanto, recomenda que o equipamento de proteção continue sendo utilizado nos serviços de saúde públicos e privados, escolas, transporte público de passageiros e por pessoas imunocomprometidas.

A reportagem do Hoje em Dia foi ao Mercado Central de BH e a Galeria Ouvidor para avaliar a medida. O funcionário público federal Elemaier Barroso Lemos, de 45 anos, disse que vai seguir a recomendação. “Vou continuar usando [máscara] em todos os ambientes, não me sinto seguro ainda. Acho que ainda não é momento de liberar. Já peguei a doença, minha família também e temos que nos cuidar”, afirma. 

Opinião semelhante tem Aurora Calisto, de 52 anos. “No momento acho que não deveria, pelo o que eu tenho ouvido falar. Vou continuar usando, nunca peguei Covid e pretendo continuar assim”, conta.

Suelen de Oliveira avalia que a vacinação garante segurança para deixar de usar a máscara (Foto: Valéria Marques)

Suelen de Oliveira avalia que a vacinação garante segurança para deixar de usar a máscara (Foto: Valéria Marques)

O faxineiro Edmar Ferreira Maciel, 45 anos, também é mais um a endossar o coro contra a liberação do uso das máscaras. Ele ressalta que "a pandemia ainda não acabou. "Deveria continuar usando até passar tudo porque a pandemia ainda não acabou. Eu sou do grupo de risco, tenho diabetes, e sei do perigo que me ronda assim como as outras pessoas", afirma. 

O trabalhador relata que no início da pandemia, em 2020, ele contraiu a doença e chegou a ficar 17 dias com sintomas, inclusive, com falta de ar. Diante da experiência negativa, Edmar afirma que ainda tem medo da doença.

Edmar chegou a ficar 17 dias com falta de ar após contrair a doença. (Valéria Marques/Hoje em Dia)

Edmar chegou a ficar 17 dias com falta de ar após contrair a doença. (Valéria Marques/Hoje em Dia)

"Tenho bastante medo. Só eu sei o que passei, foi muito complicado. Eu acho que temos que usar, porque eu de máscara estou cuidando de você e gostaria também que você cuidasse de mim. Independente de qualquer circunstância tem pessoas com problemas de saúde que não podem se arrisca", pede. 

Segurança e alívio

Muitas pessoas, porém, já se sentem seguras em não usar a proteção. A analista financeira Suelen de Oliveira, 33, já deixou de usar a máscara e observa que a vacinação é grande aliada para essa medida. “Eu acho que foi acertada. Eu já estou tranquila e já tomei as três doses. No início eu tinha muita insegurança, mas agora com as vacinas tudo ficou mais tranquilo”, comemora. 

Vanderlan de Almeida, 52, disse que, como ele, todos na família deixaram de usar o item, mas que a decisão deve ser individual. “Eu concordo com a liberação porque as pessoas já ficam desfilando com máscara no queixo, pra que isso? Aqui [Mercado Central de BH], por exemplo, tem gente com e sem a proteção. A decisão é pessoal, usa quem quiser”, opina. 

A idosa Fátima Pedrosa, de 69 anos, se diz aliviada com a liberação. "Eu tenho falta de ar direto, me incomoda. Eu já me sinto segura para andar sem máscaras em locais com maior distanciamento. Acho que é uma decisão de cada um, já estamos imunizados e temos mais facilidade de fazer teste, então isso ajuda", afirma. 

Fátima Pedrosa se diz aliviada com o fim das restrições. (Valéria Marques/Hoje em Dia)

Fátima Pedrosa se diz aliviada com o fim das restrições. (Valéria Marques/Hoje em Dia)

Entre os jovens, a máscara também já não é mais utilizada. É o caso do adolescente Marcus Felipe, 16, que também já se sente seguro. No entanto, ele a aponta um “lado ruim” na medida. “Eu já me sinto seguro, mas a Covid pode aumentar. Por enquanto, não vou usar em locais vazios”, pontua. 

Máscara 

O uso da máscara contra Covid em locais fechados havia sido desobrigado em 28 de abril, sendo mantido apenas no transporte público e unidades de saúde. 

Em 14 de junho, a prefeitura anunciou o retorno do item para conter a disseminação da doença na capital. A prorrogação seguiria até o dia 15 de agosto.

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