Terapêutico

Uso medicinal da cannabis será tema de debate público na Assembleia de Minas

Especialistas vão discutir o desenvolvimento de pesquisas sobre produtos derivados da maconha, entre outros assuntos

Da Redação
portal@hojeemdia.com.br
25/04/2024 às 17:23.
Atualizado em 25/04/2024 às 18:43
Em Minas, para se obter esse tipo de medicamento por meio do SUS, os pacientes têm recorrido à Justiça

 (Jcomp/Freepik)

Em Minas, para se obter esse tipo de medicamento por meio do SUS, os pacientes têm recorrido à Justiça (Jcomp/Freepik)

Está marcado para às 9h desta sexta-feira (26) um debate público na Assembleia Legislativa de Minas onde será discutido o uso medicinal da cannabis. Em pauta, a importância do incentivo à pesquisa científica para o desenvolvimento do uso terapêutico e medicinal dos produtos derivados da cannabis e os meios necessários para viabilizar o acesso do tratamento à população.

Em Minas, atualmente, para se obter esse tipo de medicamento por meio do Sistema Único de Saúde (SUS), os pacientes têm recorrido à Justiça.

Juristas, médicos, professores, biólogos, pessoas que fazem uso de medicamentos à base de canabidiol e familiares serão divididos em três mesas de debate, ao longo de todo o dia.

O debate “Cannabis e ciência: evidências sobre o uso terapêutico e seus meios de acesso” será uma promoção da Comissão de Educação, Ciência e Tecnologia.

A Mesa 1 tem início às 10 horas, com o tema “a importância e os avanços no uso terapêutico e medicinal da cannabis”. Serão compartilhadas experiências do uso dos produtos derivados da maconha no tratamento de diversas doenças.

À tarde, às 14 horas, “a importância das pesquisas acadêmicas sobre a cannabis medicinal” será o tema da Mesa II. Serão apresentados projetos realizados nas universidades de Minas Gerais e os seus principais obstáculos.

A Mesa III, a partir das 16 horas, discute “políticas públicas, experiências e avanços para o acesso ao tratamento com cannabis para a população”. A finalidade é discutir experiências e avanços na legislação e nas políticas públicas para viabilizar o acesso ao tratamento com a cannabis medicinal.

A deputada Beatriz Cerqueira (PT), presidenta da Comissão de Educação, Ciência e Tecnologia e uma das proponentes do debate, destaca que uma das motivações para o evento é a ausência de uma legislação em Minas sobre o uso do canabidiol, uma das substâncias extraídas da cannabis.

Ela é autoria do Projeto de Lei (PL) 3.274/21, que torna obrigatório o fornecimento, no sistema público de saúde, de medicamentos a base de canadibiol para condições médicas debilitantes.

Uso do canabidiol

Nota técnica da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) de 2023, na qual a instituição defende a inclusão da cannabis medicinal no SUS, aponta evidências substanciais para o seu uso na redução de sintomas para condições como dor crônica, epilepsia resistente aos métodos tradicionais, doença de Parkinson e distúrbios do sono.

Há outras dezenas de doenças para as quais a cannabis medicinal vem sendo estudada, entre elas o Transtorno do Espectro Autista (TEA), a esclerose lateral amiotrófica e o Alzheimer.

De acordo com o Anuário da Cannabis Medicinal de 2023, o uso da cannabis medicinal cresceu 130% no Brasil. Em 2023, 430 mil pacientes teriam recorrido ao medicamento, sendo 219 mil por meio de importação, 114 mil por autorização via entidades e associações e 97 mil via liminares.

* Com informações da ALMG

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