A mineiradora Vale informou nesta quinta-feira (30), que iniciou obras para aumentar a capacidade de vazão de água da estrutura de contenção à juzante da barragem B3/B4, no distrito de São Sebastião das Águas Claras (Macacos), em Nova Lima, na Grande BH.
Segundo a empresa, o trabalho começou nesta semana. A estrutura de contenção foi construída preventivamente pela empresa para fazer a contenção de rejeitos no caso de rompimento da barragem, que está em nível 3 de emergência, que indica risco iminente de ruptura (nível mais crítico).
De acordo com a mineradora, serão construídos três túneis para reduzir o volume de água acumulada em períodos de chuva intensa, como as ocorridas no começo deste ano.
Em janeiro, pessoas que moravam próximas à barragem sofreram com alagamentos que foram provocados pelo muro construído pela Vale. Contudo, o muro de contenção acabou retendo o fluxo d'água do ribeirão Macacos, que segue até o bairro Capela Velha, na região mais baixa do distrito de Macacos, contribuindo para a inundação que chegou a deixar a comunidade ilhada.
De acordo com a Vale, os novos túneis devem aumentar a capacidade de escoamento da água e acabar com problemas, como o registrado no início deste ano. A previsão da empresa é que os trabalhos sejam finalizados ainda em 2022.
A mineradora informou ainda que várias medidas estão sendo adotadas para diminuir o impacto das obras para a população local. "Não haverá tráfego de caminhões para transporte de materiais nas ruas do distrito de Macacos e os acessos internos em área da empresa serão umidificados para controlar a emissão de poeira. Além disso, atividades que geram ruídos não serão realizadas após às 22h", disse a empresa.
Segundo a Vale, as obras de contenção na B3/B4 fazem parte do projeto de descaracterização de barragens, determinados pela Agência Nacional de Mineração (ANM), com o objetivo diminuir os impactos em caso de rompimento da estrutura.
O prazo previsto pela empresa para a descaracterização da barragem é 2027. Mas a Vale anunciou também nesta quinta que o prazo pode ser antecipado em dois anos, por causa do ritmo atual das obras.
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