Nárcio Rodrigues e mais 14 pessoas são denunciados por desvio de recursos públicos

Tatiana Lagôa
tlagoa@hojeemdia.com.br
30/06/2016 às 13:43.
Atualizado em 16/11/2021 às 04:07
 (MPMG/Divulgação )

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O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) encaminhou à Justiça denúncias contra o ex-deputado federal e ex-secretário de Estado, Nárcio Rodrigues (PSDB), e mais 14 pessoas por desvios de recursos públicos nas obras da Fundação HidroEx, dedicada à pesquisa sobre recursos hídricos e sediada em Frutal, reduto eleitoral do político. Parte do dinheiro desviado teria sido utilizada para bancar custos de campanhas eleitorais de prefeituras em 2012. A acusação foi acatada pelo juiz da Vara Criminal de Frutal, Luiz Gustavo Moreira, o que torna os 15 envolvidos réus.

A denúncia divide o desvio de recurso em duas acusações. A primeira, envolvendo a licitação e as obras do Complexo das Águas, apontam fraude na licitação, organização criminosa, peculato e tentativa de embaraçar a investigação com alterações de documentos. Os envolvidos teriam direcionado a licitação, beneficiando a empresa vencedora Construtora Waldemar Pollizi Ltda (CWP). Durante as obras, a empresa teria sido beneficiada com desvios da ordem de R$ 8,771 milhões, recurso vindo, por exemplo, de serviços não executados e de pagamento em duplicidade.
 Flávio Tavares Nárcio Rodrigues (PSDB), e mais 15 pessoas foram denunciadas pelo MPMG por desvios de recursos públicos nas obras da Fundação HidroEx. Caso será analisado pelo juiz da Vara Criminal de Frutal, Luiz Gustavo Moreira 


A segunda acusação, que também teve a participação de Nárcio Rodrigues como peça central, segundo o MPMG, é a de um acordo ilícito para financiar as campanhas eleitorais, firmado entre agentes do poder público e o grupo português Yser. A empresa daria benefícios financeiros para os agentes públicos em troca de vantagem indevida. Em linhas gerais, o grupo Yser receberia R$ 15 milhões por meio do que chamaram de “financiamento a fundo perdido” e em troca daria R$ 3 milhões para supostamente serem usados em campanha eleitoral. Segundo as investigações, o ex-secretário solicitou e recebeu do grupo, no semestre de 2012, 400 mil euros, por meio de contas em paraísos fiscais (Samoa e Hong Kong).

Ao todo, oito pessoas estão presas, incluindo o ex-secretário, e uma, foragida. Esse último é o presidente do grupo Yser, Bernardo Maia, que tudo indica estar em Portugal. Os outros seis envolvidos estão aguardando o julgamento em liberdade.

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