A Usiminas assinará, até segunda-feira (12), o tão esperado acordo de reestruturação financeira com os bancos credores. Serão renegociados R$ 6,3 bilhões em dívidas, o equivalente a 92% da dívida passível de revisão da empresa (R$ 6,8 bilhões).
O novo acordo da dívida foi fechado em negociação conjunta com todos os bancos credores: bancos privados e públicos, comerciais e de desenvolvimento, do Brasil e do Japão.
As novas bases estabelecem que a siderúrgica terá três anos de carência para iniciar o pagamento do principal da dívida, que será feito nos sete anos seguintes. Especialistas acreditam que a carência será crucial para que a companhia retome o crescimento.
Em três anos, na avaliação do analista de investimentos da Upside Investor, Pedro Galdi, o país estará em novo ritmo de crescimento, tendo já ultrapassado a crise atual. Como reflexo, a expectativa é a de que até lá o consumo interno de aço apresente forte reação. “Produzindo mais, a Usiminas poderá, inclusive, antecipar os pagamentos ao mercado”, diz o analista.
O presidente da J. Mendo Consultoria, José Mendo Mizael de Souza, concorda. Ainda de acordo com ele, o forte nome da empresa no mercado influenciou positivamente para que o acordo saísse do papel.
A dívida bruta da companhia é de R$ 7,2 bilhões. Parte, no entanto, já é de longo prazo e não entrou no pacote de negociação. Segundo fontes de mercado, a taxa que incidirá sobre os R$ 6,3 bilhões que terão o perfil alongado será de 3,5% ao ano, mais CDI (cerca de 14,25%).
Detalhes
Nos primeiros três anos, apenas os juros serão pagos, ou seja, 17,75% do montante, o que representa pouco mais de R$ 1 bilhão ao ano. O valor é mais de um terço superior ao caixa da empresa, fixado em R$ 2,7 bilhões ao fim do segundo trimestre, conforme resultado apresentado ao mercado.
Credores
De acordo com a fonte ligada às negociações, os bancos japoneses quase minaram o acordo, protelaram a aprovação das cláusulas jurídicas. Como os nacionais fecharam o pacote do acordo, tanto nas cláusulas jurídicas quanto nas econômicas, os estrangeiros foram forçados a aprovar os termos negociados.
Os credores são o Banco do Brasil, Bradesco, Itaú Unibanco, Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Japan Bank for International Cooperation, The Bank of Tokyo-Mitsubishi, Mizuho Bank e Sumitomo Mitsui Banking Corporation e debenturistas.