Zé Silva*
Passadas as eleições, em seu primeiro turno, e reconhecendo a pertinência de analisar os resultados do ponto de vista de vencedores e vencidos, o fato é que a originalidade e as especificidades desse processo demandam ir além desse ponto de análise crítica.
Realizada em formatos e condições inéditas, o resultado das urnas abrem renovadas perspectivas para o desenvolvimento municipal. Algumas dessas mudanças foram frutos das demandas que a população levou em massa para as ruas, sobretudo a partir de 2013. Essa grande mobilização social foi um dos fatores, por exemplo, que levaram à derrota clara e inconteste de políticos ou partidos sem compromissos com a ética e a responsabilidade na gestão dos recursos públicos.
Mas também merecem análise o que os eleitos farão com as propostas e planos de governo apresentados à população. E é aqui, justamente, que se encontra um dos motivos da renovada perspectiva para o desenvolvimento municipal que registramos acima.
Cientes das limitações que o centralismo tributário acarreta para as administrações dos demais níveis de governos, estaduais e municipais – colocando praticamente a totalidade dos recursos públicos nos cofres da União – os caminhos para um desenvolvimento mais sustentável se voltam para os próprios recursos e potencialidades que o município oferece.
Esse movimento pode ser o anúncio de uma nova história para os processos do desenvolvimento municipal. Já registramos aqui nossa satisfação em ver a agricultura familiar, por exemplo, ser finalmente reconhecida como força relevante da nossa economia.
E também a nossa juventude, como vimos em tantos municípios, vem assumindo cada vez mais sua participação fundamental na formulação de projetos e demandas de desenvolvimento, mostrando real engajamento na construção de comunidades locais melhores, com qualidade de vida e mais sustentáveis.
Assim, essas são algumas situações que precisamos também analisar e acompanhar melhor. Esperamos que seja de fato um momento de avanço em nosso País, no tocante à gestão pública e à militância política, como uma atitude de engajamento e responsabilidade social na construção de nossa história.
(*) É agrônomo, extensionista rural, deputado federal pelo Solidariedade/MG