Com a colocação, até o momento, das quatro pré-candidaturas para a disputa pelo Palácio do Planalto em 2014 – Dilma Rousseff, do PT, Aécio Neves, do PSDB, Eduardo Campos, do PSB, e Marina Silva, que tenta fundar o partido Rede Sustentabilidade para viabilizar o projeto –, foi antecipado o debate eleitoral, cujo norte é a discussão pelo desempenho da economia brasileira. No entanto, há pouca novidade nas propostas.
Entre os petistas, a estratégia passa pela insistência na redução da miséria no país, no aquecimento do mercado interno, na redução da tarifa de luz e na comparação dos governos Lula/Dilma com o de Fernando Henrique Cardoso.
Segundo o deputado federal Miguel Corrêa Jr. (PT), o que mais importa nessa comparação é a aceitação popular e a imagem de que Dilma dará continuidade à “evolução” social e econômica da “era Lula”. “A opinião da população sobre os governos do PT é o mais importante. Ademais, mostraremos Dilma como uma mulher moderna, à altura dos desafios do Brasil”.
Por sua vez, o principal padrinho de Aécio, o ex-presidente Fernando Henrique, reuniu banqueiros e ex-colaboradores para dar as bases do Plano Real ao discurso do presidenciável.
De acordo com Aécio, a agenda em construção passa pelos temas desenvolvimento sustentável, empregos de qualidade e infraestrutura. “Ainda não demos esse salto no Brasil. É hora de voltarmos a pensar o país e a agenda passa pelos governos Itamar, FHC, pelo Plano Real e pelas privatiza-ções. Todos somos devedores dessa herança”.
Desigualdades
Eduardo Campos, que sinaliza repetir a aliança com o PT para a reeleição de Dilma, pode optar por se afastar dos petistas mesmo com o seu partido, o PSB, sendo da base do governo federal. Ele tenta viabilizar a candidatura, apesar de encontrar resistência no próprio partido, alegando que a isenção do IPI e demais desonerações de impostos estimulam as desigualdades regionais. Outra ideia é a de combater a corrupção.
“Campos é um contraponto aos demais nomes e mesmo estando na base de Dilma deve questionar e mostrar suas posições”, diz o deputado federal Júlio Delgado (PSB). “Ele vai alavancar a qualificação da mão-de-obra, conter a política assistencial, recuperar o papel das agências reguladoras”.
Marina Silva prega o desenvolvimento sustentável, a ética na política e o investimento em educação. Para a criação do partido, ela enfrenta o desafio de conseguir apoio político e do rótulo de “utópica” pregado pelos adversários.
Segundo um dos coordenadores políticos da Rede, Basileu Margarido, ela defende o uso da energia eólica e solar como alternativas sustentáveis, a melhor remuneração dos professores, a reforma do ensino e a ficha limpa na política. “Não é que os outros não tenham propostas, mas elas são ‘mais do mesmo’ e não dialogam com os desafios que teremos para a frente”.
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