O ouro olímpico é o maior desejo do futebol brasileiro nas últimas duas décadas. Desde que o jejum na Copa do Mundo foi quebrado em 1994, nos Estados Unidos, com a conquista do tetracampeonato, ocupar o lugar mais alto no pódio, nos Jogos, virou uma fixação para os comandantes da Confederação Brasileira de Futebol (CBF).

A primeira participação do Brasil no torneio olímpico de futebol, disputado pela primeira vez em 1908, em Londres, foi nos Jogos de Helsinque, na Finlândia, em 1952, com um time que contava com jogadores como o zagueiro Zózimo e o atacante Vavá. A eliminação aconteceu ainda na primeira fase, com uma derrota de 4 a 2, para a Alemanha Ocidental, na prorrogação, depois de empate por 2 a 2 no tempo normal.

Nas edições seguintes, a Seleção seguiu como coadjuvante, até pela falta de interesse da Confederação Brasileira de Desportos (CBD), que comandava o nosso futebol.

A primeira medalha só foi conquistada mais de 30 anos depois. Em 1984, com o Internacional, de Porto Alegre, como base, o Brasil chegou à decisão do torneio olímpico de Los Angeles. Na primeira chance de chegar ao ouro, o time que tinha Gilmar Rinaldi no gol e Dunga como volante fracassou.

Nos Jogos de Seul, em 1988, pela primeira vez a Seleção olímpica teve uma estrutura melhor e maior prioridade, embora o técnico Carlos Alberto Silva tenha enfrentado muito boicote de clubes, principalmente São Paulo e Vasco.

Contando com vários jogadores que seis anos depois seriam tetracampeões mundiais nos Estados Unidos, como Taffarel, Jorginho, Bebeto e Romário, a Seleção foi novamente prata, perdendo a final para a União Soviética.

Depois da ausência em Barcelona, em 1992, o futebol brasileiro voltou aos Jogos Olímpicos em 1996, em Atlanta, já como tetracampeão mundial. E com a medalha de ouro olímpica como objeto do desejo.

Zagallo, que comandava a Seleção principal, foi o treinador de um time que contava com jogadores como Dida, Aldair, Roberto Carlos, Flávio Conceição, Rivaldo, Bebeto e Ronaldo.

Favorito ao título, o Brasil caiu nas semifinais, derrotado pela Nigéria na “morte súbita”, depois de empate por 3 a 3 no tempo normal, sendo que a Seleção chegou a estar vencendo por 3 a 1.

Em 2000, novamente o Brasil foi forte para a Olimpíada, com um time que tinha como destaques os meias Ronaldinho Gaúcho e Alex. Mas a equipe comandada por Vanderlei Luxemburgo também parou na “morte súbita”, eliminada por Camarões após empate por 1 a 1 no tempo normal, num jogo em que dois camaroneses foram expulsos.

Apesar de contar com uma geração de grande qualidade, com jogadores como Maicon, Edu Dracena, Elano, Diego, Robinho e Dagoberto, entre outros, o Brasil caiu no pré-olímpico e não foi a Atenas, em 2004.

Na volta aos Jogos, em 2008, em Pequim, o Brasil tinha novamente o técnico da Seleção principal, Dunga. A estrela do time era o meia Ronaldinho Gaúcho, um dos três atletas com mais de 23 anos, que teve sua convocação imposta pelo então presidente da CBF, Ricardo Teixeira.

Nas semifinais, no clássico sul-americano contra a Argentina, que tinha o quarteto ofensivo formado por Riquelme, Di Maria, Messi e Agüero, o Brasil foi goleado por 3 a 0. O prêmio de consolação foi a medalha de bronze, conquistada sobre a Bélgica.

Na Olimpíada de Londres, em 2012, com Mano Menezes, técnico do time principal, no comando, o Brasil, que contava com Neymar como grande estrela, foi finalista pela terceira vez. Mas caiu diante do México por 2 a 1 e viu mais uma vez a sonhada medalha de ouro escapar.

No dia 4 de agosto, contra a África do Sul, no Mané Garrincha, em Brasília, a Seleção Brasileira inicia mais uma caminhada rumo ao único grande título que falta em sua galeria.

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