A majestade, o sabiá

22/12/2017 às 08:01.
Atualizado em 03/11/2021 às 00:24
 (Palmeiras)

(Palmeiras)

Palmeiras / Site Oficial

  

Ao ver o tanto de nomes contratados e especulados junto ao Palmeiras, como se estivessem em liquidação no clube paulista, minha mente foi parar em 1991, quando prestei vestibular e uma das questões da prova de Português citava um poema romântico de Gonçalves Dias, “Canção do Exílio”, que começa assim: “Minha terra tem palmeiras, onde canta o sabiá”.

Ainda não é o caso de trocar o galo pelo sabiá, mas para uma equipe que focará a conquista do Campeonato Brasileiro em 2018, o Turdus rufiventris tem lá suas vantagens. A começar justamente por sua representatividade nacional, sendo considerada a ave brasileira por excelência, mascote da Copa das Confederações realizada no país em 2013.

E não é por acaso que o sabiá já era símbolo de São Paulo desde 1966, o Estado que tem mais títulos brasileiros em sua conta: 31, divididos entre cinco clubes – o Palmeiras lidera com 9 troféus. O pássaro foi batizado pelos índios, traduzido como “aquele que reza muito”. E para quem vai ter, logo de cara, um San Lorenzo na Sul-Americana, orações podem ser bem-vindas.

O sabiá também é vinculado à primavera, estação que se encerrou ontem, dando lugar ao verão. No caso do Atlético, a primavera que queremos ver é outra, como aquelas ondas revolucionárias que aconteceram no Oriente Médio a partir de 2010. Só assim para pôr o time novamente com sangue nos olhos e fome de títulos, como em 2012, 2013 e 2014.

Por enquanto, até onde sabemos, a revolução é verde, ecológica no que diz respeito ao Palmeiras, que passou a vassoura na casa ao emprestar jogadores como Arouca e Erik ao Galo. Enquanto o Atlético se desfez de Rafael Carioca e Rafael Moura, o Palmeiras não vê a hora também de ficar livre de Raphael Veiga, que deverá ter como destino o CT de Vespasiano.

E se lembrarmos que Raphael quer dizer “Deus curou”, acredito que terá muito atleticano já comemorando uma versão 2018 do Grêmio, que apostou em renegados para brilhar nos campos. Experiência já testada com sucesso no Galo, quando Jô e Ronaldinho Gaúcho por aqui aportaram, comandando a equipe rumo a Libertadores de 2013.

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