Santo Otero

04/12/2017 às 08:31.
Atualizado em 03/11/2021 às 00:02
 (Bruno Cantini/Atlético/Divulgação)

(Bruno Cantini/Atlético/Divulgação)

Bruno Cantini/Atlético/Divulgação / N/A

 Santo Otero, cheio de graça. Perdoe o Blanco, que não sabe o que faz. Bendita perna, a mesma de Victor. Santificado seja o apagão (e também o Kalil) mais uma vez. Venha o Flamengo ao nosso reino e seja feita a nossa vontade – assim no Independência como na final da Sul-Americana. Rogai pelos jogadores do Atlético, que pecaram ao não fazerem um bom campeonato. Perdoai as ofensas ao árbitro, que ajudou num contra-ataque do Grêmio. Não nos deixei cair na tentação de que não vamos disputar a Copa Libertadores de 2018. Amém!

Estou no Independência, ainda de joelhos, agradecendo a papai do céu por outro milagre, vendo a chuva cair torrencialmente e as luzes do estádio se apagando gradualmente. Um apagar de luzes de Campeonato Brasileiro sofrido, como não poderia deixar de ser em se tratando do Atlético. Pernas e apagões protagonizaram mais uma vez o enredo de um jogo inesquecível, como foi contra os mexicanos do Tijuana e os argentinos do Newell Old Boys, durante a campanha da conquista da Libertadores de 2013.

A mesma perna esquerda que defende agora é a que chuta. Otero, o venezuelano milagreiro, deve ser canonizado. E não é à toa que leva o número 11 nas costas. O 1 de Victor dobrado, símbolo dos dois golaços feitos de bola parada. Só faltaram as máscaras de “Pânico”. A cada gol dos meninos do Grêmio, a expressão nos rostos dos torcedores não era muito diferente do vilão do filme de terror. Os 90 minutos deste enredo foram de sustos constantes, mas felizmente, após o apito final, saltamos da cadeira com uma felicidade sem igual.

Por tudo o que foi, comemoramos o nono lugar como se já tivéssemos cavado um lugar no torneio continental. Encerrar o ano com um apagão foi a melhor definição do Galo neste 2017. Pouco brilho, é verdade, mas aquela luzinha amarelada, lá na rua Pitangui, é como um sinal de esperança, ainda mais com um Independência às escuras. E o barulho da chuva que cai sobre o campo que não enxergo é para lavar a nossa alma. Que venha 2018 – ainda que sejamos obrigados a sofrer mais um pouco e torcer para o Flamengo.

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