Que o país passa por uma crise financeira que estrangula municípios não é novidade. Muito menos as constantes reclamações de prefeitos, que cortam serviços essenciais. Mas o prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PHS), constrói o capital político justamente no momento em que várias lideranças veem-se às voltas com os eleitores, por dificuldades em pagar salários e reajustes em impostos e tarifas, a exemplo do que ocorre no âmbito estadual.
Deixando de lado o jargão “não sou político” (a essência da palavra já joga por terra a tese), o ex-cartola não realizou nem anunciou grandes obras, que configuram-se como cartão de visitas para futuras eleições. Não havia recursos disponíveis para grandes empreendimentos.
Porém, Kalil adiantou-se em não deixar o servidor contra ele. Ao contrário, garantiu dinheiro no bolso do funcionalismo, como manda a lei. E tratou de antecipar pagamentos, como o 13º salário e o contracheque que será pago neste mês no quarto dia útil, ao invés do quinto.
Também agradou aos usuários de transporte coletivo ao não reajustar as tarifas das passagens. A medida, meio que populista, já que ao menos a correção inflacionária poderia ser concedida, garante ao prefeito iniciante “crédito” com o eleitor.
Fazendo justiça à história, as façanhas de Kalil foram possíveis porque ele herdou a casa arrumada. O ex-prefeito de Belo Horizonte, Marcio Lacerda (PSB), deixou dinheiro em caixa e serviços essenciais consolidados, como a melhora no atendimento nos postos de saúde e as UMEI’s. Aliás, as boas notícias vindas da prefeitura antecipam-se ao movimento de desagrado que deve surgir quando as aulas começarem. As escolas infantis em tempo integral cederão espaço a mais alunos, mas por menos tempo.
O resumo do primeiro ano de Kalil: uma boa herança e muita perspicácia, típica de políticos inteligentes, mostram que, se continuar na mesma toada, será presença certa em eleições futuras.
Primeira dama
Na edição de ontem informei que a primeira dama Carolina Pimentel poderia tentar um cargo eletivo. Leitor informa que ela estaria impedida pela Constituição Federal, que proíbe a eleição de cônjuge no mesmo território de jurisdição governador. Ocorre que, Carolina só seria candidata se Fernando Pimentel (PT) decidir, por exemplo, disputar o Senado, se desincompatibilizando do cargo de chefe do Executivo.
É um plano B que ronda nas rodas da política mineira. Nesse caso, o candidato ao governo seria o presidente da Assembleia, Adalclever Lopes (PMDB). Lembrando que, no momento, existem apenas especulações e cenários abertos, na mesa e em análise. O plano A de Pimentel é a candidatura a reeleição.
Reta final na Fiemg
Além da eleição para Executivo e Legislativo, o ano começa com uma disputa acirrada pela presidência da Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg). O candidato da situação, Alberto Salum, diz preparar-se para a reta final da empreitada, mas não descarta a possibilidade de um acordo. Ele é apoiado pelo presidente Olavo Machado. Já o candidato da oposição, Flávio Roscoe, segue como favorito na corrida e não pretende desistir.
Férias
Agradeço aos leitores pela companhia em 2017 e peço que retomemos a parceria em fevereiro. Saio de férias hoje desejando ótimos ares nesse 2018!