Parlamentares do PSDB sonham com Aécio deputado, para não atrapalhar alianças

07/03/2018 às 20:04.
Atualizado em 03/11/2021 às 01:45
 (Karine Barreto/CMBH)

(Karine Barreto/CMBH)

O que quase todos os deputados do PSDB desejam, e a esmagadora maioria não tem coragem de externar, é a candidatura a deputado federal do senador Aécio Neves (PSDB). Nos últimos dias, Aécio recebeu uma peregrinação de correligionários com a mesma indagação: como faremos para não perder espaço nas eleições deste ano?

“Temos dificuldades em compor com os pré-candidatos ao governo de Minas. Nenhum deles quer Aécio na chapa como candidato ao Senado. Rodrigo Pacheco e Marcio Lacerda não querem e Dinis Pinheiro, apesar de não falar publicamente, já deixou transparecer que também não quer. E como fica a chapa proporcional? Seria mais fácil se ele saísse para deputado”, afirmou um tucano, sob a condição de anonimato. 

Ele resumiu bem o dilema do PSDB. Pesquisas qualitativas, feitas por diversos partidos, mostram que o eleitor deseja um candidato que tenha como primeira qualidade a honestidade, e, também, bom de serviço. Aécio teve a imagem desgastada pela delação premiada do empresário Joesley Batista e por ex-executivos da Odebrecht. Mais do que o que eles falaram, pesou na dramaticidade da situação o próprio senador pedindo dinheiro a Joesley em linguajar mais que informal. 

O problema, como eu já disse aqui, é que os candidatos a uma vaga na Assembleia ou na Câmara precisam de um candidato a governador para lhes garantir o voto de legenda, a visibilidade e capilaridade. É muito mais fácil para um partido com um bom candidato a governador eleger mais deputados. Mas, uma chapa é composta pelo candidato ao Palácio da Liberdade, ao Senado e expoentes a vagas nos legislativos. Na chapa, será um candidato ao Senado e dezenas ou milhares a uma vaga proporcional. Daí, o temor dos pré-candidatos ao governo terem Aécio como nome ao Senado. Se ele disputar uma cadeira na Câmara, será apenas mais um em meio a tantos outros. Terá direito a segundos no horário eleitoral gratuito e não será ligado à disputa pelo Executivo com mesma naturalidade que o candidato a senador. 

Até mesmo se o senador Antonio Anastasia decidisse se candidatar (o que não deve ocorrer), teria a eleição balançada pela presença do colega. 
A situação eleitoral do PSDB é tema diário de reuniões em Brasília, em Belo Horizonte e nas bases eleitorais interior afora. Ontem mesmo vereadores (que podem se candidatar) e deputados (que estarão na corrida) conversaram sobre o assunto em encontro na Câmara de Vereadores (conforme a foto abaixo).
 Karine Barreto/CMBH  Lideranças do PSDB discutem eleições na Câmara Municipal


 

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