Celular ao volante, perigo constante

27/07/2018 às 22:23.
Atualizado em 10/11/2021 às 01:38


Terceira maior causa de acidentes no país, atrás apenas dos abusos no acelerador e do consumo de álcool antes de dirigir, o uso de aparelhos celulares ao volante é um dos grandes males trazidos pela modernidade. 

Não há dúvida de que os avanços nas tecnologias de comunicação deixaram o mundo mais ágil, confortável e conectado. Mas também é inequívoco o alto custo dessa evolução, em muitos aspectos.

Só em Belo Horizonte, segundo o Detran-MG, são aplicadas por dia 114 multas a motoristas que insistem em misturar a atenção aos celulares com a condução dos veículos, atividade que requer envolvimento máximo de suas funções cognitiva, motora e perceptiva. 

É como se, a cada hora, cinco pessoas fossem flagradas na cidade cometendo tal ilícito, considerado infração gravíssima de trânsito e cuja multa é de R$ 293. 
O número, diga-se, é até baixo, dada a quantidade imensa de condutores – inclusive, provavelmente, o leitor deste editorial – que praticam a irregularidade pelas ruas e, por sorte, não são enquadradas pelas autoridades.

Nas rodovias federais que cortam Minas, a fiscalização também funciona, mas com resultados bem aquém do que deve ser realidade: só neste ano, a PRF autuou 3.635 pessoas, média de 10 ocorrências por dia. 

Especialistas dizem que uma simples olhada de dois segundos para o aparelho, quando ele toca ou recebe outras notificações, faz com que um motorista, a 60 km/h, desloque-se às cegas por 33 metros. 

Agora, o cálculo que mais assusta: desviar a atenção para o celular ao volante por oito segundos, tempo médio que se leva para ler uma mensagem na tela do smartphone, faz com que o veículo siga por 132 metros, literalmente, desgovernado. 

É assim que surgem batidas e atropelamentos, o que faz dos celulares responsáveis por 90% dos acidentes causados por desatenção.

A solução para o problema poderia ser tecnológica. Não é ousado pensar, por exemplo, em sistemas que bloqueiem o uso dos aparelhos nos veículos em movimento, a não ser por comandos de voz. 

Efetivo mesmo, contudo, seria obter uma ampla conscientização dos motoristas: se as pessoas não usam celulares durante o sono, por exemplo, quando o cérebro está ocupado com outras coisas, por que fazê-lo quando dirigem?
 

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