Comércio tradicional fecha e deixa saudade

02/08/2017 às 19:21.
Atualizado em 15/11/2021 às 09:53

Em apenas uma volta rápida pelos principais centros comerciais de Belo Horizonte é possível perceber a enormidade de placas de “aluga-se” ou “passa-se o ponto”. E chega a dar um aperto no peito ver que estabelecimentos com tantos anos de história na capital também sucumbem à crise e são obrigados a dizer adeus ao mercado.

Depois de quase três décadas de vida, a casa de shows e cachaçaria Alambique é a mais recente vítima do tsunami econômico. Tradicional reduto do público sertanejo, o espaço não aguentou o baque diante de uma queda de mais da metade de seu público. 

O Alambique apenas engrossa o time de empresas tradicionais de Belo Horizonte que deixaram saudade. O Ambrósios Grill abandonou o endereço na Savassi, onde funcionava desde 2002. Villa Roberti, Xico Nunes Savassi, Cantinho da Roça e Bendita Gula são outros nomes que permanecem na lembrança, mas que já não existem fisicamente. 

Mas não foi só a cervejinha e o churrasco que o belo-horizontino cortou. Com menos capital, sobrou também para lojas de roupas, de acessórios, papelarias e livrarias, entre outros. 

O fechamento da unidade do Varejão dos Tecidos, em um dos pontos mais nobres da Savassi, pegou de surpresa os clientes e deixou órfãos fregueses de até três gerações da mesma família. Caso parecido aconteceu com a Maria’s Cerzideira, armarinho que oferecia à clientela coisas como 150 tipos de botões e 30 variedades de fita. 

A moda mineira também perdeu brilho com a saída de cena da Mary Design, após 34 anos. E como não lembrar da livraria Status, que deixou um vazio no quarteirão fechado na rua Pernambuco?

Para os empresários, o fechamento em massa é o pior reflexo do desemprego, que já atinge 13,5 milhões de trabalhadores no país, de acordo com o IBGE. Soma-se a isso a queda na renda, a instabilidade econômica e política e o enorme contingente de brasileiros com contas em atraso. 

Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor, apurada pela Confederação Nacional do Comércio (CNC), mostra que o percentual de famílias endividadas no país alcançou 57% em julho. Sem dinheiro, a roda da economia não gira. E continuaremos presenciando tantas despedidas amargas. 

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