Dia de derrota para a Cemig

27/09/2017 às 20:07.
Atualizado em 15/11/2021 às 10:46

A Cemig deu adeus ontem a quatro das suas principais usinas hidrelétricas: São Simão, Miranda, Jaguara e Volta Grande. A companhia mineira lutou até onde pôde para barrar o leilão dos ativos. Foi à Justiça, encabeçou protestos, uniu parlamentares de lados opostos. Mas de nada adiantou. 

Os chineses foram as grandes estrelas do pregão realizado ontem na Bolsa de Valores de São Paulo. A empresa State Power Investmet Corporation venceu o leilão pela usina de São Simão, o ativo mais valioso operado pela Cemig, posto à venda pelo governo federal. O valor de arremate foi de R$ 7,180 bilhões, ágio de 6,51%. 

Os franceses da Engie, segundo maior do mundo no ramo, levaram Jaguara por R$ 2,171 bilhões. O valor foi superior ao lance inicial de R$ 1,911 bilhão. Eles também arremataram Miranda, por R$ 1,38 bilhão, acabando com as esperanças da Cemig de manter a hidrelétrica no portfólio. Já a italiana Enel levou a usina de Volta Grande por R$ 1,419 bilhão. 
Chamou a atenção o fato de a Cemig não ter apresentado nenhum lance. A energética se uniu à Vale. Juntas, formaram a joint venture Aliança. Mas abriram mão do páreo. O consórcio entrou mudo e saiu calado do leilão na B3, o que causou espanto e curiosidade nos investidores, concorrentes e na imprensa. 

De toda forma, o mercado não viu só com maus olhos a derrota da Cemig com a realização do leilão, já que a manutenção dos ativos certamente significaria grande gasto para uma empresa já endividada. 

Já para o governo de Minas, principal acionista da empresa, prevaleceu o gosto amargo da notícia. O governador Fernando Pimentel usou as redes sociais para divulgar um vídeo e dizer que a perda das usinas poderia ter sido ser evitada se o governo estadual que o antecedeu (Anastasia) tivesse aderido à Medida Provisória 579, editada pelo governo da ex-presidente Dilma Rousseff. “À época, a companhia optou por não aderir à MP. Daí, os contratos venceram e houve o leilão de hoje”, lamentou Pimentel. 

Pior mesmo pode ficar para o consumidor. Segundo o presidente da Aneel, haverá um impacto tarifário de 1%, na média nacional, no custo da energia final com o leilão. Ou seja, mais um aumento à vista. 

  

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