Inovar para buscar o melhor

30/04/2018 às 22:48.
Atualizado em 03/11/2021 às 02:36

A rede privada de ensino brasileira oferece um leque de escolas com propostas pedagógicas diferentes. Há opções das chamadas escolas cognitivas, que priorizam conhecimento das disciplinas com foco, por exemplo, na aprovação no Enem. As escolas religiosas, as mais tradicionais e antigas do país. Escolas humanistas, que estimulam as artes e outras habilidades, e muitas outras, de diferentes credos e pedagogias. Cabe aos pais que podem pagar escolher aquela que consideram a melhor para a educação e formação dos filhos ou com a qual identifiquem os valores da família.
A rede pública brasileira, no entanto, se prende a linhas pedagógicas tradicionais com modelo único, oferecendo poucas opções para que as crianças e adolescentes possam viver outras experiências no processo de aprendizado. Há dois meses, uma escola do Barreiro, em Belo Horizonte, quebra esse paradigma. A Escola Municipal Polo de Educação Integrada inova com salas de aulas sem carteiras enfileiradas, sem provas e sem a tradicional figura do professor à frente do quadro. 
Lá as crianças e adolescentes se reúnem em grupos, há muita discussão, autonomia e aulas também de música, artes e esportes. Como foge do tradicional, é possível que o novo modelo de ensino possa assustar, sobretudo as pessoas que não conhecem linhas pedagógicas diferentes. Mas é preciso experimentar e ver se o novo modelo, inspirado em escolas da Finlândia e de Portugal, será adequado à realidade da periferia de Belo Horizonte. 
Um dos pontos positivos é a chance de crianças e adolescentes, em uma escola com mais liberdade de expressão e estímulo às artes e à criatividade, poderem descobrir e explorar melhor as próprias habilidades.
Com aulas de música, capoeira e mais diálogo com os educadores, a escola pode ser tornar também um ambiente mais interessante, atraindo mais os alunos e combatendo a evasão escolar. O ensino público brasileiro enfrenta hoje muitos problemas, como violência, professores desmotivados e espaços pouco atraentes. Adotar novos modelos significa um grande avanço, pois uma escola única não é adequada para famílias e alunos com perfis diferentes.
Que o novo modelo seja acompanhado de perto e avaliado pelos alunos, pais e educadores. Se ao longo dos anos ela puder contribuir para a formação de novas gerações, que outras escolas como a do Barreiro se espalhem pela cidade. Experimentar para buscar o melhor é sempre um bom caminho.

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