Pesquisa científica padece com a falta de recursos

20/04/2017 às 18:34.
Atualizado em 15/11/2021 às 14:12

As universidades federais mineiras estão investindo em pelo menos 30 projetos de pesquisa científica que buscam desde o combate ao Aedes aegypti a possíveis tratamentos e prevenção de doenças relacionadas como a dengue, febre chikungunya e o zika vírus. Além disso, há trabalhos como o desenvolvimento de produtos para a eliminação dos ovos do mosquito e até mesmo a confecção de material didático multidisciplinar para a orientação de estudantes de escolas públicas.

Na Universidade Federal de Minas Gerais, por exemplo, pesquisadores do Departamento de Química, em parceria com a empresa Vértica TI, desenvolveram um produto à base de cerâmica que, em contato com a água e com a luz solar, libera uma solução à base de óxido de ferro, eliminando, assim, os ovos e larvas do mosquito. O produto pode ser usado em caixas d’água, vasos de planta e em outros lugares onde possa existir o acúmulo de água.
A empresa investiu R$ 500 mil no desenvolvimento da pesquisa. No entanto, agora enfrenta dificuldades financeiras para fazer um aporte de R$ 200 mil necessários ao início da fabricação em escala. O produto pode chegar ao consumidor final ao custo de R$ 36. Porém, a busca de parceria com o poder público ainda tem sido em vão.
Neste ano, Minas Gerais já registrou mais de 20 mil casos prováveis de dengue, 7 mil de febre chikungunya e 554 de zika vírus. No entanto, todo o esforço científico pode ficar comprometido com a escassez de recursos para investimento em pesquisa científica e  pela falta de sinergia entre os órgãos que têm apostado no desenvolvimento desses trabalhos.

Só para se ter uma ideia, segundo dados da Academia Brasileira de Ciência, de 2013 até agora, os recursos destinados ao investimento em ciência foram reduzidos de R$ 10 bilhões para R$ 3,2 bilhões neste ano, o que tem levado à paralisação de laboratórios por falta de insumos e peças de reposição, e prejudicado a formação de novos pesquisadores, além de comprometer projetos já aprovados. Laboratórios de estados em situação de dificuldade financeira têm também enfrentado período crítico com a escassez de recursos.
Neste sábado, Dia da Terra, cientistas de várias partes do mundo promovem a “Marcha da Ciência” como forma de alertar as autoridades para a necessidade de ampliação dos investimento em pesquisa científica.

  

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